Esse voo, especificamente, é uma
ficção, jamais ocorreu na realidade, mas está sendo descrito para dar a ideia
aproximada do que se passa no cockpit de um Boeing 747-400 de uma companhia
aérea real, a British Airways, no caso, entre os aeroportos de Heathrow, em
Londres, e Guarulhos – São Paulo. Tentamos incluir o máximo de realismo
possível nesse voo, mas trata-se, no caso de uma simulação, executada nos software
MS Flight Simulator e PSS Boeing 747-400 criado para o FS2000, mas “rodando” em
um FS2002.
Boeing 747-436 da British Airways, matriculado G-CIVW |
Embora sejam relativamente
antigos, esses softwares são completos o suficiente para reproduzir a maioria
dos sistemas da aeronave, e permitem, inclusive, “pilotar” o avião com o uso do
Flight Operation Manual do Boeing
747-400 real. O desempenho final não deixa a desejar, mesmo se comparado a
softwares bem mais atuais, e permite reproduzir o voo com perfeição, inclusive
quanto à meteorologia e aos regulamentos de tráfego aéreo. Alguns dados aqui
relatados não podem ser realmente executados no computador, mas são elementos
constituintes do voo real. Deve ser levado em conta que um simulador, mesmo o
mais completo deles, jamais funcionará como um avião real. Esperamos que esse
relato sirva como um guia para os fãs do Flight Simulator em seus voos
virtuais. A data do voo foi fixada em uma data passada, por dificuldades
encontradas em atualizar os bancos de dados do software de simulação.
Nosso voo, o BA0247, começa no
aeroporto de Heathrow, em Londres, no Terminal 4, em um dia qualquer de abril
de 2001. A aeronave é um Boeing 747-436, matriculado G-CIVW, e equipado com
motores turbofans Rolls-Royce RB-211-524H, de 60 mil libras de empuxo cada um.
Dois Comandantes e dois FO (First
Officers – Primeiros-Oficiais) estão a bordo para o voo até São Paulo. São
21 horas e 10 minutos, horário local, e todos os tripulantes já estão há bordo.
O painel do Boeing 747-400, antes da partida dos motores |
O Comandante “master”, o mais antigo a bordo, estará
operando a aeronave, como PF – Pilot
Flying, na fase inicial do voo, assistido por um SFO – Senior First
Officer, como PNF – Pilot Not Flying,
nessa fase do voo. Os dois outros tripulantes técnicos, outro Comandante e
outro Primeiro Oficial Senior, estão no cockpit nesse momento, mas logo irão se
retirar para descansar a bordo, para aguardar a hora de troca de tripulação,
durante o voo.
Um Boeing 747-436, da British Airways |
O SFO está programando o FMS – Flight Management System, para o voo até
Guarulhos. O plano de voo prevê nível de voo inicial 310 (31 mil pés), fazendo
um Step Climb para os FL 350 e 390
depois. Deve-se lembrar de que, em 2001, ainda não havia RVSM, e os níveis de
voo acima de 29000 pés ainda eram separados de 2 em 2 mil pés.
CDU do FMS do Boeing 747-400 |
Para quem não está totalmente familiarizado
com os termos técnicos e siglas da aviação, acrescentaremos um glossário nos comentários, ao final
desse artigo.
Os três sistemas inerciais de
navegação da aeronave já estão alinhados. Esse procedimento leva 15 minutos,
desde o acionamento do equipamento e a seleção das chaves na posição “ALIGN”.
Depois disso, com as chaves na posição NAV, os CDU (Control Displays Units) do FMS já podem ser programados. As chaves
dos inerciais estão localizadas do lado esquerdo do Overhead Panel, painel localizado no teto do cockpit, logo acima da
cabeça dos pilotos. Também são nesse painel que estão localizados os controles
dos sistemas elétricos, hidráulicos, pneumáticos, de partida dos motores, de
pressurização, de combate ao gelo e fogo, além de outros comandos.
Overhead Panel do B747-400 |
O SFO confere a planilha
fornecida pelo Despacho. 389 passageiros já estão a bordo, mais
20,1 mil libras de bagagem e 15,9 mil libras de carga. O SFO sintoniza o rádio
VHF no ATIS de Heathrow, e copia a mensagem, que informa vento de 175 graus com
4 knots, temperatura do ar de 9ºC, ajuste do altímetro de 1019 hPa, e pista em
uso para decolagem 27L. O céu está claro e a visibilidade é, praticamente,
ilimitada. Embora exista um pequeno componente de vento de cauda, em Heathrow
se dá preferência para operações nas pistas 27R e 27L, desde que o componente
de vento de cauda não ultrapasse 5 Knots e o componente de vento cruzado não
ultrapasse 12 Knots.
O Boeing 747-400 pode carregar combustível no tanque do estabilizador
horizontal, no tanque central e em dois tanques principais,
e um reserva em cada asa. Para o voo até Guarulhos, 54,2 mil libras de
querosene foram carregadas no tanque central, 85,3 mil libras em cada um dos
tanques principais internos 2 e 3, e 30,7 mil libras em cada um dos tanques
principais 1 e 4. Cada tanque reserva contém 9 mil libras de combustível adicional.
O combustível dos dois tanques de reserva será transferido automaticamente para
os tanques principais quando atingirem um determinado nível durante o voo. Não
sendo necessários para esse voo específico, os tanques do estabilizador
horizontal estão vazios. Como o peso Zero Combustível do avião é 507,5 mil
libras, com o combustível, o peso final, pronto para o táxi, é 811.700 libras,
aproximadamente, 368,2 mil Kg.
Ambos os pilotos cumprem os check-lists
“Before Start”, feitos antes da
partida dos motores. No momento, a aeronave está sendo suprida de energia
elétrica pelas fontes externas. A APU – Auxiliary Power Unit, somente será
acionada pouco antes do push-back,
quando tratores empurrarão a aeronave para trás, até o ponto onde a aeronave
pode se movimentar com seus próprios motores.
O comandante recebe a informação das comissárias que o check de cabine está completo, e ordena
o fechamento de todas as portas e o acionamento dos escape slides em cada um delas.
O comandante aciona o botão que dá partida na APU, e monitora a partida no MFD – Multifunctional Display, um
monitor que fica entre o pedestal das manetes e o painel principal do avião. A
APU tem sua própria bomba de combustível e seu acionamento é todo automatizado.
Estabilizada a APU, os geradores da unidade são colocados na barra e o
comandante ordena aos mecânicos em terra que removam as fontes externas da
aeronave. Uma vez fechadas as portas, o operador dos fingers os afastam das portas e a aeronave está livre para fazer o push back.
O SFO já obteve a autorização de voo do CLRD de Heathrow e a liberação
de movimentação da aeronave pelo Ground
Control, e o Comandante libera os mecânicos para fazerem o push-back, liberando, ao mesmo tempo, os
freios de estacionamento da aeronave. As luzes anticolisão vermelhas são
acionadas no Overhead Panel.
Enquanto a aeronave é empurrada para trás, toda a responsabilidade por
essa movimentação é do pessoal de terra, e os pilotos cumprem os últimos itens
do check-list “Before start”,
colocando o estabilizador na posição correta, em +3.2, 9% da CMA – Corda Média
Aerodinâmica, e ligando todas as bombas dos tanques que contém combustível,
situadas no centro do Overhead Panel.
O SFO solicita e obtém autorização de acionamento dos motores, pouco
antes de terminar o push-back, e
informa o Comandante, que autoriza o acionamento dos motores 3 e 4. A APU do
Boeing 747-400 tem 1.450 HP de potência, e suas bleed valves (válvulas de sangria de ar) conseguem suprir ar
comprimido ao sistema de baixa pressão suficiente para acionar dois motores simultaneamente.
A partida dos motores Rolls-Royce RB-211 é monitorada no MFD pelo
parâmetro de N3, rotação do compressor de alta pressão. Motores Rolls-Royce
possuem 3 eixos, do fan (N1), do compressor intermediário (N2) e do compressor
de alta pressão (N3). Com 23 por cento de N3, indicados por uma linha magenta
no indicador, as manetes de combustível são abertas, e os motores entram em
funcionamento. A essa altura, o push-back
já colocou o avião na posição, e o mecânico responsável monitora, pelo lado de
fora, os motores, para informar qualquer anormalidade durante a partida. O SFO
dá a partida nos motores 1 e 2 e, após a estabilização de todos os 4 motores, o
sistema de Auto-Throttle é armado. O Flight Director também é acionado, o
táxi é autorizado, e as luzes de táxi são acesas. Sendo uma aeronave pesada e
com muita inércia, é necessário aplicar uma boa dose de potência para tirar a
aeronave da imobilidade. Uma vez em movimento, o comandante recua as manetes
para manter uma velocidade aceitável de táxi na congestionada área da rampa.
Uma vez na taxiway que leva à
cabeceira de decolagem, a velocidade poderia ser aumentada até 25 Knots, mas,
ao invés, é reduzida para acompanhar o pesado tráfego à frente, cinco aeronaves
que também aguardam a vez para decolar. Os flaps são acionados na posição 20, e
o autobrake é colocado na posição RTO
(Reject Take-off). Nessa posição, se durante a decolagem a aeronave sofrer uma
pane, entre a velocidade de 85 Knots e a V1 (Velocidade de decisão), e as
manetes forem recuadas até Idle
(marcha lenta dos motores), o autobrake
acionará os freios na máxima intensidade possível, para parar o avião com
segurança, dentro do comprimento de pista disponível, rejeitando a decolagem
sem necessidade de acionar os reversores de empuxo.
No EICAS – Engine Indicators and
Crew Alert System, monitor que fica bem no meio do painel principal, os
pilotos monitoram qualquer aviso de alerta (em amarelo) ou de perigo (em vermelho), além da posição
correta dos trens de pouso e dos flaps. Os parâmetros principais dos motores,
EPR (Engine Pressure Ratio: Razão de
Pressão do Motor), N1 (Rotação do fan) e EGT (Exhaust Gas Temperature: Temperatura dos gases de escapamento)
também são exibidos nessa tela. Os avisos ativos no momento são todos brancos,
indicando que os avisos de cabine para não fumar e colocar os cintos estão ligados,
os ignitores dos motores estão ligados em contínuo, e que as packs do sistema pneumático estão desligadas,
a exceção da pack 2, que está sendo mantida pela APU.
No CDU (Control Display Unit)
do FMS, a tela de decolagem está aberta, mostrando as velocidades V1 de 149
Knots, VR de 164 Knots e V2 de 176 Knots. Todas essas velocidades também são
mostradas em verde no Speed Tape do
velocímetro, no lado esquerdo dos PFD – Primary
Flight Displays.
No MCP – Mode Control Panel, os
pilotos já deixaram os modos VNAV – Vertical
Navigation e LNAV – Vertical
Navigation armados. O MCP é o painel onde os modos do sistema de piloto
automático são selecionados. Com um atraso de 20 minutos devido ao tráfego
pesado, o Ground Control manda o SFO mudar a frequência para a TWR (Torre de
Controle), que autoriza a decolagem da pista 27L. A Carta de Saída (SID – Standard Instrument Departure) a ser
utilizada é a MID3G, balizada pelo VOR Midhurst, ao sul de Heathrow. O SFO
comunica a tripulação de cabine que a decolagem será iniciada, e ajusta no MCP
a altitude autorizada, 6.000 pés.
O Comandante alinha a aeronave cuidadosamente na pista 27L, usando o steering e acelerando levemente o motor
4 para fazer a apertada curva entre a interseção e a cabeceira. Uma vez
alinhado na pista, os faróis são todos acesos, e as luzes da cabine de
passageiros são reduzidas.
Recebida a autorização para a decolagem, o Comandante (no momento, o PF)
avança as quatro manetes do motor até atingir EPR – Engine Pressure Ratio entre 1,00 e 1,20, e espera até que os
quatros motores estejam estabilizados. Uma vez que isso acontece, o SFO (PNF – Pilot Not Flying) canta: “Engines Stabilized” (motores
estabilizados), e o PF responde: “Setting
Power” (Selecionando Potência), pressionando o TO/GA – Take-off/Go Around (botão situado nas manetes e acionado com o dedo
polegar do piloto, quando suas mãos estão posicionadas sobres as mesmas).
Painel principal do B747-400. O MCP está logo acima. O ND do Primeiro Oficial está com o radar no modo MAP, mostrando elevaçõesdo terreno. |
O anunciador de modos no PFD – Primary
Flight Display (tela do painel imediatamente à frente de cada piloto, que
mostra os instrumentos primários de voo, como altímetro, velocímetro,
variômetro, indicador de atitude, diretor de voo e outros) mostra THR REF /
TO/GA / TO/GA, significando que o Auto-Throttle
(sistema de controle automático das manetes do motor) está seguindo os
parâmetros de Thrust Reference
(ajuste de tração selecionado), e que os modos de arfagem e rolamento do Piloto
Automático estão ambos em Take-Off/Go
Around.
Uma vez que os modos LNAV – Lateral
Navigation e VNAV – Vertical
Navigation estão armados no MCP – Mode
Control Panel, os anunciadores desses modos aparecem em letras brancas e
pequenas no PFD. O PNF vigia atentamente o EICAS, e canta “Power Set” quando a tração atinge o nível selecionado. Quando a
aeronave atinge a velocidade de 65 Knots, o sistema de Auto Throttle se desacopla dos servos dos manetes, e o anunciador
de modos no PFD passa de THR REF para HOLD, permitindo atuação manual nos
manetes e aplicação de tração adicional, caso isso seja necessário.
Como o componente de vento lateral é muito pequeno, é desnecessário
ajustar o compensador de aileron da asa do lado do vento. Com um vento lateral
mais forte, tal ajuste seria necessário, para evitar a tendência que o Boeing
747 tem de levantar a asa do lado do vento, devido ao grande enflechamento.
Aproxima-se agora a importante velocidade de 80 knots, e o PNF checa a
mesma em ambos os PFD e no velocímetro convencional stand-by. Uma vez confirmada a velocidade, canta: “eighty knots”.
Abortar a decolagem a partir de 80 Knots é bastante perigoso, embora viável.
Enquanto a aeronave acelera na pista, a V1 (velocidade de decisão), de 149
knots, é mostrada em verde no speed tape
do velocímetro, do lado esquerdo do PFD. Ao chegar a V1, velocidade na qual o
piloto, a partir da mesma, não pode mais abortar, e deve obrigatoriamente
prosseguir na decolagem, o PNF canta: “V one”. Nesse ponto, o piloto tira as
mãos das manetes, colocando ambas no manche para rodar o avião. Logo a seguir,
aparece na speed tape a VR – Velocity of Rotate,
de 164 knots, o PNF canta: “rotate”,
e o PF puxa suavemente o manche até o nariz subir 12,5º acima do horizonte, no
indicador de atitude à sua frente.
Uma vez no ar, o PNF liga o radioaltímetro e canta: “positive climb”, e o PF responde logo a seguir:
“gear up”. O PNF também canta “gear
up” e leva a mão à alavanca que recolhe o trem de pouso, movendo-a para a
posição UP. A indicação dos trens de pouso no EICAS é um box verde, logo acima da indicação da posição dos flaps. Logo que
as dezoito rodas do Boeing 747 estejam recolhidas e travadas, e as portas dos
compartimentos estejam fechadas, o display mostra GEAR UP, e em seguida se
apaga.
Passando 500 pés, o modo LNAV engaja automaticamente, substituindo o
TO/GA no indicador de centre mode roll
(modo de rolamento) no PFD. A 400 pés, o modo VNAV engaja novamente o Auto-Throttle no modo THR REF. O pitch mode (modo de arfagem) passa para
VNAV Speed, ligando o aviso de VNAV
SPD no PFD. Esse modo gerencia a velocidade do modo como foi programado no
sistema VNAV do FMS - Flight Management
System (Sistema de Gerenciamento de Vôo). O sistema de Auto-Throttle simplesmente aciona as manetes de empuxo de acordo
com a programação feita no sistema VNAV do FMS.
A 500 pés AGL (Above Ground Level),
o AP – Auto Pilot (piloto automático)
central, um dos três, é engajado. Com um componente de vento e a SID – Standard Instrument Departure (Carta de
Saída Padrão por Instrumentos) Midhurst 3G orientando uma apertada curva de
poucas milhas de raio depois da decolagem, é melhor deixar a tarefa para o
piloto automático, programando-o para seguir a rota da SID já inserida no
computador. O trajeto programado na SID coincide com os procedimentos de
abatimento de ruído que a British Airways e todas as demais empresas aéreas devem
seguir, para não incomodar em demasia os bairros residenciais que circundam os
aeroportos de Heathrow e Gatwick
Com o VNAV agora engajado, a aeronave seleciona automaticamente CLIMB Power (potência de subida) ao passar
1000 pés. Isso é indicado pelo anunciador CLB no topo do EICAS. O Comandante
anuncia: “speed intervene”, alertando
o Primeiro Oficial para abrir a janela do bug
de velocidade (no MCP) e girar para “Flap 10 Retraction Speed” (velocidade de
retração do Flap em 10º) mais 10 knots. A indicação “-10” aparece na speed tape, próximo da velocidade de 198
knots. Essa é a velocidade de retração do flap 10. Pela adição de 10 knots a
essa velocidade, 208 knots é a velocidade lida no bug de velocidade. Esse procedimento tira temporariamente a
aeronave do modo VNAV, e a aeronave é controlada manualmente, com o PF se
orientando pelo speed bug.
Uma vez que a aeronave atinge a velocidade de retração do flap 10, o
comandante canta: “Flap Ten”. O SFO
seleciona flap 10 na alavanca de seleção do flap, e canta de volta “Flap ten selected”. A alavanca do trem
de pouso é levada então à posição OFF, e tão logo a barra indicadora da posição
do flap no EICAS atinja a linha verde que indica 10 graus, o Primeiro Oficial
canta: “Flap 10 green”.
Passando 2.500 pés, as packs
(unidades de aquecimento, condicionamento e pressurização de ar) 1 e 3 são
ligadas, e tão logo estejam estabilizadas, as válvulas de isolação entre as packs são abertas. Até esse ponto, tais
válvulas eram mantidas fechadas. Os procedimentos de abatimento de ruído usados
no Boeing 747-400 da BA exigem que a aeronave mantenha essa configuração até
4.000 pés. Acima de 4.000 pés, uma simples pressão no bug de seleção de velocidade fecha a janela e faz a aeronave voltar
ao controle no modo VNAV.
Vendo os numerosos alertas de tráfego e os sinais no TCAS do ND – Navigation Display (tela de navegação,
que também agrega o radar meteorológico e o TCAS, sistema que evita colisões
com outras aeronaves no ar), fica
evidente para a tripulação que o controle de tráfego aéreo deve segurar a aeronave
em 6.000 pés até Midhurst, para evitar os numerosos tráfegos em procedimento de
aproximação vindos do sul.
Para que essa transição (de nivelamento temporário) seja feita de
modo mais suave possível para os passageiros, a aeronave é tirada do modo CLB da
página Thrust Reference do FMS e mudada para potência de CLIMB 1. O modo CLIMB
1 prove uma redução de empuxo dos motores e é usada preferencialmente depois
que a aeronave está limpa (flaps e trens totalmente recolhidos), para aumentar
a vida útil dos motores. Usando CLIMB 1, a aeronave terá uma aceleração e
redução de empuxo mais suave quando a aeronave nivelar a 6.000 pés de altitude,
que também é a Altitude de Transição. Nessa altitude, o botão Standard (STD), no MCP, é pressionado, e
os altímetros dos PFD são ajustados imediatamente para a pressão padrão de 1013
hPa. O altímetro stand-by também é
ajustado, manualmente, para essa pressão.
Com uma velocidade mínima de manobra de 276 knots (V2 + 100 knots), o
ATC autoriza a aeronave a acelerar até a velocidade de 280 knots. Para acelerar,
a restrição de velocidade de 250 knots abaixo de 10.000 pés é deletada da página
“CLIMB” do FMS. A um certo ponto, durante a subida, a APU – Auxiliary Power Unit (Unidade Auxiliar
de Potência) deve ser desligada. Novamente, ambos os pilotos devem checar a
posição do botão quando tal procedimento é feito. Os sinais de “Apertar os
Cintos” são colocados em AUTO, e, ao passar 10.000 pés, os sinais serão
desligados automaticamente. Os avisos de não fumar ficam em ON e nunca são
desligados.
Depois de sobrevoar o VOR Midhurst a 6000 pés, a aeronave volta a subir
e finalmente nivela no FL inicial 310, 31 mil pés com ajuste padrão do
altímetro, sendo liberada para voar diretamente ao waypoint ORTAC, no curso (rumo magnético) 225. O Primeiro Oficial
abre a tela do sistema de combustível no MFD, para fazer a verificação do
combustível. As verificações de combustível são realizadas começando no
primeiro fixo após o nivelamento, e prossegue durante todo o restante do voo,
com pelo menos uma verificação de combustível por hora. Para fazer o cross-check do combustível, o piloto
simplesmente pega o total de combustível mostrado no EICAS e escreve esse total
na planilha correspondente do SWORD – System World-Wide Operational Route Data.
A partir daí, o combustível remanescente no destino pode ser calculado com
segurança.
Apesar do atraso causado pelo congestionamento das pistas em Heathrow, o
747-400 demonstra notável flexibilidade em aproveitar tempo, em um longo voo
transatlântico. Um Cost Index Number (número
de índice de custo) faz um balanço entre o combustível levado a bordo e o tempo
de voo que pode ser economizado, e é inserido no FMS - Flight Manager System, num esforço para recuperar o tempo perdido
no solo. Depois de buscar os dados sobre o vento no restante do voo, um Cost Index de 400 é selecionado. Isso
permite que a aeronave ganhe pelo menos dois minutos por hora de voo. Embora
isso não pareça muito, em um voo de 11 a 12 horas de duração resulta em um
tempo considerável. No fim, isso permite algumas órbitas de espera sobre o
destino e ainda alternar o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, caso
necessário. Em voos que estão dentro do horário previsto, é normalmente usado
um Cost Index 90. Com o Cost Index
400, a aeronave irá manter a impressionante velocidade de Mach .88, 88 por
cento da velocidade do som, 10 por cento mais alta que a dos demais jatos
comerciais atuais.
Na Posição NASAS, os dois pilotos serão substituídos pela segunda
tripulação, que será responsável por voar a aeronave a partir dessa posição,
por aproximadamente 7 horas, até a posição RIVER, quando a aeronave estará a voando
sobre o Brasil. As condições meteorológicas são boas, mesmo sobre a Zona de
Convergência Intertropical, nas imediações da Linha do Equador, segundo os
informes meteorológicos mais recentes.
Voando sobre o Atlântico Norte, o piloto deve pensar antecipadamente
sobre os problemas de ter que desviar o trajeto para um possível pouso de
emergência. O Aeroporto de Porto Santo, no Arquipélago da Madeira, território
português, é um estratégico ponto de apoio na travessia, assim como os aeroportos
da Ilha do Sal, no Arquipélago de Cabo Verde, também um território português, e
de Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Já sobre o território brasileiro, uma das
melhores opções é o Aeroporto de Recife. A tripulação deve considerar vários
fatores ao escolher um aeroporto para pouso de emergência, como o ACN (Aircraft Classification Number) da
aeronave e o PCN (Pavement Classification
Number) da pista de alternativa. O ACN sempre deve ser menor, ou igual,
pelo menos, que o PCN. Isso determinará se serão necessários procedimentos
especiais, como alijamento de combustível, por exemplo, ou outros cuidados,
inclusive com a decolagem posterior ao pouso de emergência.
Na posição NASAS, há troca da tripulação, e ambos os tripulantes, que
até agora voavam o Speedbird 247 Heavy
vão agora descansar por algumas horas. Na posição BIMBO, a aeronave faz um Step Climb para o FL 350, já previsto no
plano de voo e autorizado pelo ACC Atlântico. Já não há combustível no tanque
central, desde as 00:21 UTC.
Entre BIMBO e o VOR Natal, o radar meteorológico
acusa pesadas formações de cumulus-nimbus, com topos a 50 mil pés, à frente, e
o Comandante, voando como PNF, ordena ao Primeiro-Oficial que está voando a
aeronave que desvie para o lado esquerdo, tomando a proa magnética 195. Isso
tira a aeronave temporariamente do modo VNAV do Piloto Automático, que passa
então para o modo HDG (Heading:
Proa). A aeronave está a 1080 NM de Natal quando o Comandante ordena nova
mudança de proa, dessa vez para a Proa Magnética 230, o que levará a aeronave,
ao cabo de mais algumas dezenas de milhas náuticas, ao curso original.
O VOR Natal é bloqueado às 05:12 UTC, e um novo Step Climb é autorizado
pelo ACC Recife, dessa vez para o FL 390, 39 mil pés. O Oceano Atlântico já
ficou para trás, e agora a aeronave passa a voar sobre o continente. Voando de
Leste para Oeste, os ventos quase sempre são de proa, e o desafio do
planejamento desses voos consiste justamente em planejar o nível onde há o
menor vento de proa possível. O voo 247 está no horário, no entanto, apesar do
atraso inicial da decolagem e dos desvios para evitar as formações sobre o
oceano. Os ventos estão bem mais fracos que os previstos nas cartas.
Sobre a posição RIVER, a primeira tripulação retorna aos comandos da
aeronave, mas o Comandante agora volta como Pilot Not Flying – PNF, e o Primeiro Oficial opera os comandos do
747. Às 05:42 UTC, o nível de combustível nos tanques internos se igualou ao
nível dos tanques externos, e o comandante fecha duas válvulas Crossfeed, e desliga as 4 bombas OVRD.
Agora, cada tanque de asa alimenta apenas seu motor mais próximo.
O VOR CNF - Confins, acima da cidade de Belo Horizonte, é bloqueado às
07:17 UTC, e a aeronave voa agora em direção ao VOR BGC - Bragança, já nas
proximidades de São Paulo. 80 NM antes de BGC, a aeronave atinge o ponto ideal
de descida, e o ACC Brasília autoriza a aeronave descer para o FL 250. O
Primeiro Oficial libera 25 mil pés no MCP, e logo o AP reduz os motores e
inicia uma descida, pelo modo VNAV do Piloto Automático, com razão de 2500 pés
por minuto. O FL 200 é logo autorizado também. Há pouco tráfego aéreo nessa
hora da manhã na região, e as condições meteorológicas são boas. A velocidade indicada
é reduzida para 280 Knots.
17 NM antes de BGC, o controle autoriza o nível 100, e a velocidade é novamente
reduzida, agora para 250 Knots indicados. Sendo uma aeronave pesada e com muita
inércia, 0 747 demora para desacelerar, e o acionamento dos spoilers de voo é
necessário. O ATIS Guarulhos informa teto de 1500 pés acima do aeródromo,
temperatura de 16ºC, vento de 300 graus com 6 knots, visibilidade horizontal de
3000 metros e ajuste do altímetro de 1021 hPa. A pista em uso para pouso é a 27L. A partir de BGC, o comandante
volta aos comandos do avião, para pousar, e o Primeiro Oficial volta à posição
de PNF. O Primeiro Oficial ajusta os altímetros para 1021.
O APP Guarulhos solicita que o Speedbird
247 Heavy aproe o VOR BCO – Bonsucesso, e inicie um procedimento ILS para a
pista 27L de Guarulhos. O comandante ordena Flaps 5, e reduz a velocidade para
210 Knots. Abre a curva, que é feita no modo HDG do Piloto Automático. No bloqueio de BCO, a tripulação aciona Flaps 10 e reduz a
velocidade para 170 Knots indicados. O comandante passa o Piloto Automático
para o modo LOC, e a aeronave busca o sinal do localizador da pista 27L.
O
pouso é autorizado pela Torre Guarulhos, e o comandante ordena: "Gear Down". O Primeiro Oficial baixa os trens de pouso e o Comandante coloca o botão do autobrake na posição 2. Os faróis de
pouso estão acesos desde BGC, e a aeronave agora faz a aproximação final. O
comandante aciona agora o modo APP no Piloto Automático, a 4700 pés de
altitude. O comandante arma os spoilers automáticos, enquanto o Primeiro
Oficial checa, no CDU do FMS, a VREF para Flaps 30, 147 Knots. O comandante
ordena: “Flaps 30”, e a aeronave segue os sinais do Localizador e do Glide
Slope do ILS - Instrument Landing System, até o Comandante desacoplar o AP e o Auto Throttle, a 400 pés acima da
pista.
O Comandante opera agora a aeronave manualmente, até tocar suavemente na pista
27L de Guarulhos, às 07:42 UTC, 04:42, hora local. Os reversores de empuxo são acionados, para poupar os pneus e os freios. O voo chegou adiantado. O táxi é feito vagarosamente
até a posição nos fingers, e,
enquanto isso, os faróis de pouso são apagados, a APU é religada e seus
geradores colocados na barra. Os motores 1 e 4 são cortados antes da parada
total da aeronave, e os motores 2 e 3 logo após a aeronave parar
definitivamente. São 05:00, hora local. Os comissários desarmam os Escape Slides, e aguardam que o
pessoal de terra posicione os fingers
na aeronave. Guarulhos é apenas uma escala para o voo 247, pois logo mais a
aeronave irá voar ao Aeroporto Ezeiza, em Buenos Aires, destino final do voo. A aeronave silencia quando os mecânicos colocam as fontes externas e desligam a APU. As primeiras luzes do dia já aparecem no horizonte sobre o Aeroporto de Guarulhos e a grande cidade de São Paulo.
GLOSSÁRIO:
ResponderExcluirAP: Autopilot, sistema de piloto automático;
Auto Throttle: Sistema de comando automático do motor, operado por servomotores nas manetes;
Autobrake: Sistema que aciona os freios da aeronave automaticamente, logo após o pouso ou uma rejeição de decolagem;
CDU: Control Display Unit, Unidade de Tela de Controle, equipamento no qual o piloto programa e obtém informações do FMS;
EICAS: Engine Indicators and Crew Alert System, tela que mostra os instrumentos dos motores e os sinais de alerta e perigo para a tripulação, além da situação atual dos flaps e trens de pouso;
Finger: Pontes de embarque existentes nos melhores aeroportos;
First Officer: Primeiro Oficial, designação do copiloto em algumas empresas ou em voos internacionais;
FL: Flight Level, nível de voo, altitude da aeronave em relação ao nível de pressão atmosférica padrão, com ajuste de 1013 hPa ou 29,92 polegadas de mercúrio nos altímetros;
FMS: Flight Management System, sistema de computadores de gerenciamento de voo, que programam a navegação e vários outros parâmetros de voo nas aeronaves atuais;
Glide-Slope: Antena de rádio do sistema de pouso por instrumentos, que indica a rampa ideal de descida da aeronave;
Heavy: Aeronave pesada, acrescentado ao código de chamada para indicar aeronaves de categoria “pesada” quanto à formação de esteiras de turbulência;
ILS: Instrument Landing System, sistema de pouso por instrumentos, baseado em sinais de rádio;
Knot: Milha Náutica por Hora, 1,852 Km/h;
LNAV: Lateral Navigation, modo de operação do piloto automático que conduz a aeronave por uma rota pré-programada no FMS;
Localizador: Antena de rádio do sistema de pouso por instrumentos (ILS), que indica o alinhamento da pista;
MCP: Mode Control Panel, painel de controle dos modos do piloto automático;
MFD: Multifuncional Display: Tela que mostra instrumentos secundários dos motores da aeronave, além de monitores dos sistemas de pressurização, controles de voo, APU, portas, sistema elétrico, sistema hidráulico, sistema pneumático e trens de pouso;
ND: Navigation Display, tela que mostra os dados de navegação, o radar meteorológico, o TCAS e outros instrumentos de navegação por rádio;
PFD: Primary Flight Display, Tela de Controles Primários de Voo, que substitui os instrumentos convencionais de voo, como o velocímetro, o altímetro, o variômetro, a bússola, o indicador de altitude e o sistema diretor de voo;
Push-back: operação de empurrar as aeronaves para trás, para afastá-las do terminal, com o uso de tratores;
SID: Standard Instrument Departure, carta que indica a trajetória que a aeronave deve sair, por instrumentos, ao se afastar do aeroporto, após a decolagem;
Speedbird: Código de chamada de rádio das aeronaves da British Airways;
Step Climb: Procedimento que consiste em subir de nível de voo, para os níveis ideais, em etapas, após consumir combustível e abaixar o peso da aeronave, em voos longos;
TCAS: Traffic Collision Avoidance System: Sistema de alertas para evitar colisão com o tráfego;
UTC: Hora do Meridiano de Greenwich, usada como referência em voos em toda a aviação;
VNAV: Vertical Navigation: modo de operação do piloto automático que conduz a aeronave por um perfil vertical pré-programado no FMS, incluindo restrições de velocidade e altitude;
VOR: VHF Omnidirectional Range, sistema de rádio navegação direcional usado pela aviação;
Passei por aqui lendo, e, em visita ao seu blog.
ResponderExcluirEu também tenho um, só que muito simples.
Estou lhe convidando a visitar-me, e, se possível seguirmos juntos por eles, e, com eles. Sempre gostei de escrever, expor as minhas idéias e compartilhar com as pessoas, independente da classe Social, do Credo Religioso, da Opção Sexual, ou, da Etnia.
Para mim, o que vai interessar é o nosso intercâmbio de idéias, e, de pensamentos.
Estou lá, no meu Espaço Simplório, esperando por você.
E, eu, já estou Seguindo o seu blog.
Força, Paz, Amizade e Alegria
Para você, um abraço do Brasil.
www.josemariacosta.com
Olá professor Jonas e demais idealizadores do blog Cultura aeronáutica!
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de dar meus efusivos e entusiásticos cumprimentos pela criação deste blog. Sou um apaixonado inveterado pela aviação e aqui nesse blog é o meu paraíso. Já li praticamente todas as publicações e confiro praticamente todos os dias se ainda não saiu nenhuma postagem nova. Saibam que esse blog faz minha pessoa feliz me enchendo com tanta informação referente a um assunto que tanto gosto.
Em relação a essa última postagem, acredito ter sido uma das melhores que já li até agora! Sempre quis saber como eram as coisas dentro da cabine de comando e essa matéria relatou com maestria. Gostaria de sugerir que vocês fizessem outras matérias como essa, utilizando outros aviões e destinos para que possamos comparar, e que abordassem também um pouco antes e um pouco depois para que nós leitores saibamos o que acontece com os pilotos desde quando eles entram em serviço até quando deixam a aeronave. Bom, é isso. Fica aqui meu elogio, meu agradecimento e minha sugestão, que espero ser atendida. Mais uma vez muito obrigado, grande abraço e por favor nunca parem com esse blog!
Thiago Felipe Diniz Figueiredo
Obrigado pelos elogios e por acompanhar o blog. Somente por leitores como vc é que continuamos a manter o blog ativo, já que o mesmo já não recebe nenhum patrocínio. Creio que, em breve, teremos a descrição de um voo doméstico, que um piloto da TAM se prontificou a relatar aqui. Também pretendo descrever viagens do ponto de vista de um comissário, e de uma aeronave cargueira. Creio que isso atenderá teus anseios.
ExcluirObrigado e um grande abraço.
MUITO BOM O ARTIGO!
ResponderExcluirSou meio que um "entusiasta" e tambem já li praticamente todos os posts do blog e vários artigos dos blogs relacionados.
Agora queria fazer um pedido, espero não estar exigindo muito. O manual do 747, até agora já procurei nas "internets" e ainda nao achei um que pareça bom. Um link de download ajudaria bastante.
Veja no link seguinte o manual do Boeing 747-441, modelo do -400 que foi fabricado especialmente para a Varig:
Excluirhttps://docs.google.com/gview?url=http://www.dream-air.ru/new/pilotam/Boeing_747-400_Operations_Manual.pdf&chrome=true
Quando estão a nível de cruzeiro, sobre o oceano, é muito improvável que tenham que fazer alguma alteração do curso ou da altitude, não é? Mas suponhamos que por algum fator meteorológico ou simples intervenção do ATC, essa mudança precisa ser feita. Isso não seria caótico?
ResponderExcluirNeste caso, o ATC diz para eles qual nova direção devem tomar e depois, qual direção devem retomar para que voltem à sua rota planejada?
Outro ponto: nas aproximações, o controlador diz ao piloto qual altitude deve tomar para pouso. Mas, então, pq os pilotos programam isso no CDU, sendo que quando estão na APP, são os controladores quem ditam qual altitude devem tomar?
Vocês já viram aquela série que o vocalista do iron maiden faz, é muito legal pois ele é piloto e estou acompanhando as matérias sobre a aviação no canal discovery turbo, mas mudando de usando, não sei se existe isso no blog, mas vcs poderiam fazer um post sobre os 10 melhores aviões de guerra de todos os tempos ? vi um mini documentário sobre isso e fiquei entusiasmado com os aviões citados, em especial o F15, gosto de aviões e motos desde que assisti Top Gun - Asses Indomáveis na minha infância
ResponderExcluirNo FS9, tenho um 747-400 da BA, mas é uma aeronave genérica, portanto não possui FMC. Mas faço os procedimentos quase parecidos. Aprendi lendo e assistindo vídeos na internet. Parabéns pelas explicações.
ResponderExcluirExcelente! Parabéns!
ResponderExcluirAprendi muita coisa no seu blog.
Saudações Aeronáuticas.
bezerralucio@hotmail.com
Sensacional essa descrição do voo. Parabéns. Devia ter um canal no U Tube. Um voo desses com video, seria demais da conta. Abç.
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