Com
o constante aumento no volume de pousos e decolagens nos aeroportos, uma
situação acabou vindo à tona: a deficiente estrutura operacional dos aeródromos.
Como uma boa parte destes aeródromos foram projetados e construídos na década
de 1950, eles não estão preparados para receberem um volume expressivo de
aeronaves na movimentação entre as pistas de pouso, de táxi e o pátio de
estacionamento.
O
resultado deste crescimento, sem investimentos na modernização do lado ar
(pista de pouso, pista de táxi e pátio de estacionamento de aeronaves), é que
nos principais aeroportos, no horário de pico, temos aeronaves que chegam a
ficar mais de 30 minutos aguardando para ingressarem no pátio e chegarem ao
gate previsto para o desembarque dos passageiros.
Em aeródromos que possuem duas pistas, ou mais, outro
fator preponderante é que a aeronave ao pousar e prosseguir no táxi em direção
ao pátio tem que cruzar a outra pista, como é o caso de São Paulo – Guarulhos (SBGR).
Ao pousar na pista 09 direita e livrar a pista pelas taxiway “BB ou CC” a
aeronave tem que aguardar autorização para cruzamento da pista 09 esquerda.
Para
a solução deste e de outros tantos gargalos especialistas realizam estudos de
projetos para a modernização do layout dos aeroportos e das marcas de
sinalização
Um
destes projetos é o End-around Taxiways (EAT) – também conhecidas como Perimeter Taxiways que tem sido
implementado em alguns aeroportos internacionais com o objetivo de reduzir o
número de cruzamentos de pista e elevar o nível de segurança.
As
End-around Taxiways possibilitam às
aeronaves circundarem a cabeceira da pista evitando assim as esperas
prolongadas nas taxiways que cruzam as pistas de pouso e decolagem.
Este novo design foi implementado, primeiramente no
aeroporto de Frankfurt, Alemanha, e agora no aeroporto Internacional
Hartsfield-Jackson, em Atlanta, Georgia. A EAT instalada, chamada de taxiway
“V”, possui uma extensão de 1280 metros, e, está abaixo do nível da pista em 30
pés (9,10 metros).
A
taxiway “V” é toda feita de concreto e ficou com as seguintes dimensões:
largura de 130 pés (39,6 m) e comprimento total de 4.200 pés (1.280 m).
Com
esta solução evitou-se o cruzamento de 700 aeronaves por dia sem, no entanto,
interromper as operações de pousos e decolagens simultâneas
Por
estar localizada abaixo do nível da pista as aeronaves que estão para pousos e
decolagens não sofrem interrupção em suas operações, ou seja, não há a
influência do efeito da esteira de turbulência sobre as aeronaves, assim sendo,
o deslocamento de ar gerado pelas turbinas das aeronaves não atingiriam as
aeronaves em estiverem cruzando pela taxiway Victor.
A
FAA estima uma melhoria de 30 por cento na "eficiência" global da
pista. As empresas aéreas estimam uma economia de 26 a 30 milhões de dólares
por ano, porque suas aeronaves não terão que ficar aguardando para cruzarem a
pista ou para ingressarem no pátio.
Autor: CARLOS ALBERTO SOUZA E SILVA - Controlador de Tráfego Aéreo no Aeroporto Governador José Richa, de Londrina/PR (SBLO)
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