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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Túnel do Tempo: O Aeroporto de Congonhas 40, 50 anos atrás

Inaugurado em 12 de abril de 1936, o Aeroporto de Congonhas é um dos mais movimentados aeroportos brasileiros. Situado no coração da cidade de São Paulo, o aeroporto é amado por muitos e odiado por outros. As fotos que se seguem foram tiradas, na sua maioria, nas décadas de 50 e 60, quando o cheiro da gasolina de aviação, e não o do querosene, ainda dominava nos arredores.
Essa nostálgica foto, tirada por volta de 1968, mostra o prédio principal do aeroporto e uma ainda tranquila Avenida Wahington Luiz.
As aeronaves turboélice a a pistão ainda dominavam o pátio, antes da Vasp trazer os primeiros Boeing 737.
 Antes dos Electra da Varig, os Scandia da Vasp faziam a ligação de Congonhas com o Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro, até o início da década de 1970.
 Esse corredor percorria as lojas de algumas empresas e táxis aéreos, necessários em um Brasil ainda praticamente desprovido de rodovias asfaltadas e com ferrovias já decadentes. As janelas panorâmicas ofereciam visão do pátio, mas os visitantes preferiam ficar justamente no teto desse prédio.
Antes da chegada dos Boeing 707 e dos Douglas DC-8, Congonhas recebia todos os voos internacionais com destino a São Paulo. Este DC-7 da holandesa KLM era um dos visitantes regulares do aeroporto. Nessa época, a maioria dos voos internacionais para o Brasil tinham como destino o Rio de Janeiro, e não São Paulo.
 As lojas das companhias aéreas internacionais hoje desapareceram de Congonhas, mas estavam presentes cinquenta anos atrás. A Brannif, a Panair e a Pan Am só vivem hoje na história.
O pátio repleto de aeronaves. Os jatos ainda não haviam chegado, nem os Electras da Varig. Pode-se ver os Convair, DC-3 e Scandia, os mais assíduos frequentadores do aeroporto nessa época.
Sem praia para passear, o paulistano frequentava o aeroporto nos finais de semana para ver o movimento dos aviões. Esse terraço aberto era justamente chamado de "prainha". Infelizmente, já não é possivel fazer isso em Congonhas , não há mais terraços abertos e nem fechados.
Havia, nessa época, jardins muito bem cuidados entre as estações de passageiros e os pátios, que davam um certo charme aos aeroportos. Hoje os pátios são frios e funcionais, e a grama e as plantas foram substituídas por esteiras de bagagem e equipamento de rampa.
Essa foto mostra a visão que se tinha da "prainha" do paulistano.
O piso xadrez do saguão de passageiros de Congonhas existe até hoje. Essa foto de 1970, mostra o saguão quase vazio. Essa tranquilidade hoje não mais existe.
Em contraste com a primeira foto mostrada nesse artigo, aqui, em 1975, os jatos já dominavam o pátio de aeronaves, e a Avenida Washington Luiz já não era tão tranquila. 
Aqui, pode-se ver as obras de ampliação do terminal de passageiros de Congonhas, feitas pela construtora Cetenco entre 1956 e 1959.
Os elegantes Lockheed Constellation eram os mais sofisticados aviões da época, e cumpriam grande parte dos voos internacionais. Hoje, Congonhas não opera voos internacionais.
Os Convair eram quase tão típicos nas linhas domésticas brasileiras quanto os DC-3, em 1960, mas eram mais rápidos, sofisticados e confortáveis.
 
A REAL foi a primeira companhia aérea de baixo custo do Brasil, e uma das primeiras do mundo. Seus Convair e DC-3 atendiam não somente as capitais, como também muitas cidades do interior, muitas das quais nunca mais foram atendidas por nenhuma outra empresa.
Um Convair da Varig estacionado atrás de um Constellation da Panair do Brasil.
Um Curtiss C-46 da Varig, ainda com a pintura antiga, taxia no pátio, enquanto um Convair da REAL está prestes a embarcar seus passageiros.
Esse Curtiss C-46 da Varig estava sendo abastecido e atendido pela manutenção, para cumprir seu próximo voo, no pátio da empresa, em Congonhas. Esse pátio ainda mantinha o calçamento em paralelepípedos de granito, que ainda pode ser encontrado em alguns lugares do aeroporto, especialmente no pátio de manutenção da antiga Vasp.
 
Esse Curtiss passou a operar pela Vasp quando essa empresa comprou o controle do Lóide Aéreo Brasileiro, em 1962.
 
Os Dart Herald da Sadia eram rápidos e confortáveis, e eram os principais aviões da empresa antes da chegada dos jatos One-Eleven, na década de 1970.
Esses grandes quadrimotores Douglas atendiam geralmente ao serviço internacional.
Os Douglas DC-6C da Vasp vieram do Lóide Aéreo. O pátio calçado com paralelepípedos ainda pode ser visto nas instalações, hoje abandonadas, da Vasp.
 Essa rara e nostálgica foto colorida mostra os passageiros desembarcando de um Douglas DC-4 do Lóide Aéreo Nacional, por volta de 1959.
Vista panorâmica do terminal, da "prainha" e do jardim que separava o terminal, àquela época chamado de estação, do pátio de aeronaves.
O Dart Herald da Sadia sendo atendido pela manutenção, em 1965, antes de embarcar os passageiros para seu próximo voo. Essa aeronave, infelizmente, foi perdida em um trágico acidente dois anos depois, na Serra da Graciosa, perto de Curitiba.

Fonte das fotos: Douglas Razzaboni, Wanderley Duck, Vito Cedrini, Construtora Cetenco, IBGE, Rodolfo Waltemath, Francisco de Almeida Lopes.

21 comentários:

  1. Excelente, Jonas!!! Parabéns por mais esse belo artigo!!

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  2. Meus parabéns pelo seu trabalho e dedicação para manter viva a memória da aviação comercial brasileira. Sou de uma geração que frequentou assiduamente a "praia" daquele aeroporto do final dos anos 60 até o início da década de 80. Talvez seja perda de tempo dizer isso, mas garanto-lhe que foram tempos incríveis e fico feliz por ter tido a oportunidade de recordar através dessas imagens e relatos essa época fantástica. Para ficar perfeito só faltou a orquestra dos Rolls-Royce Dart, Allison e Pratt and Whitney e o aroma do querosene queimado ou da gasolina de aviação que contaminava o ambiente. FD

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  3. Esse aeroporto é realmente sensacional. Parabéns pelo excelente artigo!!

    Grande Abraço

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  4. Belo trabalho. Há muito tempo que procurava fotos antigas do Aeroporto de Congonhas.
    Abraço
    Marco A Lima

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  5. TEMPOS ESTES ... QUE NAO TENHO PALAVRAS PARA EXPRESSAR!!!PARABENS PELA INICIATIVA DE POSTAR ESTA RELIQUIA. TUDO ISTO FEZ PARTE DA MINHA VIDA!!!SAUDADE

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  6. NOSTALGIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!TEMPOS MARAVILHOSOS GLAMOUR!!!!!!!

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  7. gostei so nao gostei do que os governos de sao paulo fizeram.todos os aeroportos do mundo,tem lugar para os aficcionados pela aviação observarem o movimento de saida e chegadas
    só o aeroporto de congonhas (uma vergonha) nao tem.tinha,mas tiraram.virou um nao-sei-o-que menos aeroporto.

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  8. "Alegria" incontida de ser contemporâneo dessa época maravilhosa. rs

    Fotos sensacionais e parabéns pelo site. Abs

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  9. Muito bom poder reviver esta epoca, moro no Jd aeroporto a 50 anos.

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  10. Parabens pelo trabalho em guardar um acervo desse e pra poucos.

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  11. Meu pai foi piloto privado por décadas. Aposentou-se há uns 30 anos. Voou para a Cesp, desde seu primeiro avião trazido dos usa por ele mesmo. Um herói que me fez vivenciar de perto a aviação brasileira, os campos e aeroportos de nosso Brasil. Amava ir à congonhas com ele, "jogar milho aos aviões",lá da Prainha! Obrigado pela materia! Abraços!

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  12. somente hoje tive acesso a essas fotos marcantes de uma época. Quanta nostalgia elas carregam. Fez-me lembrar da primeira vez que visitei o Aeroporto do Ipitanga, depois batizado com 2 de Julho e, em seguida, Dep. Luís Eduardo... aqui em Salvador.
    Nasci e me criei defronte a um Aeroporto ou, como queiram, Hidroporto, onde pousavam os Catalinas da Panair e Cruzeiro. Meu bairro,a Ribeira,em especial minha rua, virava um dia de festa com as chegadas e partidas das aeronaves. Bons tempos.

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  13. Este comentário foi removido pelo autor.

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  15. Parabéns pela coleção e obrigado por compartilhar conosco. Obrigado.

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. A área que foi construído o aeroporto da capital de SP "Congonha" década de 30 , quando ainda era um campo de aviação , dentro dos padrões necessários da época , foi de um oficial da Guarda do palácio do governo do estado de SP , chamado Dolor Bernardino do Carmo , e não da forma que contam . A construtora apenas construiu , e apagou da história , os verdadeiros fatos..

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  18. Eu cheguei aqui em 4 de agosto de 1966. Trabalhei na Olivetti e na Siemens do Brasil até 1969. Estas fotos sao uma boa lembrança daqueles tempos. Obrigado

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