É interessante saber que, já na Década de 1930, existiam equipamentos capazes de orientar pousos por instrumentos de precisão, ou seja, nada menos que um ILS – Instrument Landing System. Até mesmo a concepção básica do MLS, que prevê um caminho inclinado em curva, data dessa época, assim como a utilização de freqüências de rádio na faixa de VHF.
Durante os anos de 1939 e 1940, a CAA – Civil Aeronautic Authority, antecessora da FAA, executou experiências com uma instalação no Aeroporto de Indianapolis, que incorporava os melhores dispositivos de todos os sistemas. A descrição que se segue foi tirada de um artigo do Civil Aeronautic Journal, datado de 1º de abril de 1940:
“Esse sistema consiste de quatro elementos fundamentais:
• Um localizador de pista de aterragem, que dá um rumo de faixa para orientação lateral;
• Um caminho inclinado, que provê os meios para controlar a descida;
• Dois faróis de referência, para orientar o progresso da aproximação do campo de aterragem.
A faixa dá um plano vertical imaginário estendido ao longo da linha central da pista de aterragem na direção da aproximação. Um ponteiro no instrumento diante do piloto permanece na posição vertical, logo que o avião é dirigido para a faixa. Se o avião se desvia para a direita, o ponteiro desvia-se para a esquerda, e o piloto deve girar o avião para a esquerda, até que o ponteiro volte à vertical.Girando o avião à esquerda, fará com que o ponteiro se desloque na posição oposta.
O efeito da transmissão rádio do caminho inclinado é dar uma superfície inclinada para a aproximação sobre a pista de aterragem, sob um ângulo de 3 a 4º com a superfície do solo. A cerca de 5 milhas da extremidade da pista de aterragem, o caminho de descida é aproximadamente de 1500 pés acima do solo. Um ponteiro horizontal, cruzando o ponteiro vertical mencionado previamente, avisa ao piloto se o avião está voando sobre ou abaixo diretamente ao longo da superfície inclinada imaginária. Se o ponteiro desce abaixo da horizontal, o piloto deve descer para o caminho inclinado e, da mesma forma, se o ponteiro sobe acima do horizonte, o piloto deve subir para alcançar o caminho inclinado.
A intersecção do farol localizador e da superfície imaginária dá uma linha imaginária que se inclina suavemente para cima, a partir da extremidade da pista de aterragem, por muitas milhas. Por meio destas duas indicações dos instrumentos já descritos, o piloto já pode voar seu avião, descendo ao longo da linha imaginária com um alto grau de precisão.
Os faróis de referência são dirigidos para cima e os sinais enchem um espaço invertido com forma de leque, intersectando o farol localizador e atravessando o caminho inclinado. O farol de referência externo fica a cerca de 2 milhas do aeroporto e intercepta o caminho inclinado que fica a 510 pés do solo. O farol de referência interno é localizado nas vizinhanças do campo, em linha com a pista de aterragem e intercepta o caminho inclinado a uma altitude de 45 pés.
Voar sobre o farol externo provoca o acendimento de uma luz vermelha no painel de instrumentos do avião, com dois lampejos por segundo, por um período de 8 segundos. Ao mesmo tempo, um sinal característico audível é recebido pelo piloto, pelos fones de ouvido. O farol interno acende uma luz amarela na cadência de 6 pontos por segundo, a aproximadamente 1 ½ segundo, e dá um sinal audível distinto daquele emitido pelo farol externo.
Na parte inferior da face do instrumento há um setor dividido ao meio, verde na metade esquerda e vermelho na metade direita. A carta utilizada pelo piloto é pintada de vermelho à esquerda da faixa localizadora e verde á sua direita. Assim, para onde quer que o ponteiro aponte no setor verde, o piloto sabe que ele está na área verde da carta e o mesmo é verdadeiro para o setor vermelho.
Quatro jogos completos de equipamento estão instalados em Indianápolis, fornecendo facilidade para aterragem por instrumentos nas quatro direções do vento. Todo o conjunto é dirigido e controlado da torre central de comando do aeroporto, permitindo uma pronta escolha da pista de aterragem própria, utilizável nas condições de vento existentes na hora da aterragem”.
Vejam nas figuras que o ILS daquela época, assim como os instrumentos utilizados, não eram essencialmente diferentes dos de hoje.
Fonte - texto e figuras: Bert A Shields - Air Pilot Training - USN, New York, 1943.
Esse blog foi criado para divulgar a cultura aeronáutica em geral, mas em especial do Brasil. Cliquem nas fotos para vê-las em melhor resolução, e não deixem de comentar e dar sugestões para o blog. Agradecemos a todos pela expressiva marca de QUATRO MILHÕES E QUATROCENTOS MIL PÁGINAS VISTAS alcançada em MAIO de 2024. Isso nos incentiva a buscar cada vez mais informações para os nossos leitores.
Google Website Translator
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou do artigo??? Detestou? Dê a sua opinião sobre o mesmo.