O funcionamento é relativamente simples: as aeronaves necessitam de duas forças para poder voar, a tração (força para frente) e a sustentação (força para cima). No caso dos aviões, a sustentação é criada pelo fluxo de ar através das asas, e a tração é dada pelas hélices/reatores.
Nos helicópteros, a "hélice" é colocada horizontalmente sobre a fuselagem e numa escala maior o que é chamado de rotor, o rotor gera uma força de sustentação e ao inclinar o rotor levemente para frente gera-se a tração.
As diferenças entre aviões e helicópteros trazem vantagens e desvantagens como a velocidade para os aviões e a capacidade de voo pairado e decolagem/pouso vertical para os helicópteros.
O que foi pensado foi combinar os dois sistemas para obter o melhor de cada um.
O que muita gente não sabe, entretanto, é que a idéia não é nova, foi idealizada no CTA - Centro Técnico Aeroespacial, em 1952, sob a supervisão do engenheiro alemão Hendrich Focke, com o nome de "Projeto Convertiplano".
O projeto foi realizado com a aquisição de uma aeronave Supermarine Spitfire e um motor Wright R-3350, de 2200 HP (veja o artigo nesse blog). Uma caixa de engrenagens transmitia a força do motor para um conjunto de quatro hélices basculantes, duas à frente e duas atrás. As helices podiam ser movimentadas de maneira a produzir sustentação e possibilitar pouso e decolagens verticais, e para frente, produzindo uma velocidade razoavelmente alta de cruzeiro.
O esquema chegou a ser experimentado com sucesso no solo, mas... acabou o dinheiro. O projeto tinha se revelado muito custoso e o Governo Federal acabou cortando as verbas. O protótipo semi-construído acabou sendo abandonado.
O professor Focke, cujo talento foi desperdiçado pelas autoridades brasileiras, acabou indo para os Estados Unidos, onde participou de vários projetos semelhantes, inclusive no do Osprey.
Fotos: CTA - Centro Técnico Aeroespacial
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