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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Uso do urânio empobrecido como lastro em aeronaves

O urânio empobrecido já foi muito utilizado como contrapesos de flaps e lemes de aviões comerciais. Uma das principais aplicações civis do urânio empobrecido é em lastros de aviões cargueiros. Um Boeing 747, por exemplo, pode empregar entre 400 kg e 1,5 mil kg desse metal como lastro. O motivo é sua alta densidade: um volume diminuto desse metal tem uma massa muito grande (ou seja, “pesa” muito), cerca de 67% a mais que o chumbo.

Mas seu uso civil tem sido bastante discutido, e, aos poucos, esse metal vem sendo substituído pelo tungstênio, devido aos possíveis efeitos à saúde humana e ao meio ambiente. Duas das maiores empresas fabricantes de aviões civis norte-americanas, desde a década de 1980, não empregam mais o urânio empobrecido em seus aviões. Mas um grande número de aeronaves fabricadas até então ainda continua em operação.

Acidentes com aeronaves que transportavam grande quantidade de urânio empobrecido como lastro já ocorreram em, pelo menos, três ocasiões. A primeira foi na ilha de Tenerife (Espanha), em 1977, no maior desastre aéreo da história da aviação, com 583 mortos, quando dois Boeing 747 colidiram na pista de decolagem. O incêndio subseqüente à colisão consumiu cerca de três toneladas de urânio empobrecido. Aparentemente, não há relatos sobre o impacto da liberação de uma quantidade tão grande desse metal na população da ilha ou nos ecossistemas locais.

Em outubro de 1992, poucos minutos após a decolagem, no aeroporto de Amsterdã (Holanda), um Boeing 747 perdeu dois de seus motores e atingiu dois prédios residenciais, causando um grande incêndio e a morte imediata de 43 pessoas. As autoridades locais declararam que o cargueiro empregava como lastro cerca de 280 kg de urânio empobrecido, sendo que, dessa quantidade, cerca de 150 kg nunca foram encontrados, levantando a hipótese de que tenha sido queimada no incêndio e liberada na atmosfera na forma de partículas.

Nos anos seguintes ao acidente, foram registrados vários casos de pessoas com problemas físicos e mentais na área vizinha ao acidente. Inicialmente, esses quadros foram atribuídos aos produtos de queima de substâncias perigosas à saúde humana transportadas pelo avião, especialmente o urânio empobrecido. Mas um estudo de 2000 demonstrou que o risco daquela população exposta aos aerossóis e aos produtos de queima do avião foi muito baixo e que os casos descritos não tinham relação com o acidente.

Em um terceiro acidente, próximo ao aeroporto de Stanstead (Inglaterra), outro Boeing 747 , da Korean Airlines, carregando urânio empobrecido caiu durante a subida inicial, espalhando seus destroços por uma grande área.
A remoção do urânio empobrecido, e sua destinação correta, é essencial no processo de desmontagem e sucateamento dessas aeronaves antigas.

Referências: site Ceticismo, Ciência e Tecnologia: http://ceticismo.wordpress.com/ texto de Marcus Fernandes de Oliveira: "A polêmica sobre o urânio empobrecido";

4 comentários:

  1. o texto original do post foi publicado na revista ciencia hj vol. 41 mº 241 "a rica polêmica do urânio empbrecido"

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Caros,
    Meu nome e Marcus, sou o autor do artigo publicado na CH sobre o uranio empobrecido em 2007 e gostaria apenas de reiterar que o texto publicado no blog foi retirado do artigo original. Nao tenho nenhum problema quanto a disseminacao do conteudo do mesmo pela internet. So gostaria que o credito fosse dado. Atenciosamente, Marcus Oliveira

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  4. Marcus, o crédito ao seu texto já foi feito há bastante tempo, como vc pode verificar acima, do site Ceticismo, Ciência e Tecnologia. Se vc quiser, acrescento o teu nome também, ok?

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