O fabricante russo Tupolev criou as aeronaves turbo-hélice mais impressionantes da história, inclusive um avião comercial que, durante os anos 60, foi o maior avião comercial de passageiros em serviço no mundo, de abril de 1961 até a entrada em serviço dos Boeing 747 em 1970: o Tu-114 Rossiya.
O Tupolev Tu-114 foi concebido a partir da aeronave militar Tu-95, um bombardeiro estratégico de longo alcance, e era equipado com quatro monstruosos motores Kuznetsov NK-12MV, cada um deles gerando cerca de 14.800 SHP e girando um par de hélices contra-rotativas coaxiais.
A aerodinâmica dos Tu-114 era muito avançada, com asas enflechadas a 35º, e o desempenho muito bom, pois quase se igualava ao dos jatos contemporâneos como o Boeing 707 e o Douglas DC-8. Sua velocidade máxima era de 470 Kt (870 Km/h), o teto era de 39 mil pés e o alcance de 6.200 Km. Realmente, até hoje é considerado um desempenho espetacular para uma aeronave turbo-hélice. O peso máximo de decolagem era de 175.000 Kg, bem maior que o do Douglas DC-8-63, a segunda maior aeronave de passageiros do mundo dos anos 60 (161.000 Kg)
Antes de entrar em serviço, os russos fabricaram duas aeronaves Tu-116, que eram bombardeiros Tu-95 convertidos para aeronaves de passageiros, que serviram como modelos experimentais e operaram algumas rotas dentro da URSS, até serem substituídos pelos Tu-114, de fuselagem muito mais larga e mais confortáveis.
O maior usuário comercial do Tu-114 foi a empresa aérea nacional soviética, a Aeroflot. Curiosamente, o modelo também foi operado pela JAL- Japan Airlines, em uma operação conjunta com a Aeroflot. Essas aeronaves da JAL (foto abaixo) eram configuradas em duas classes com um confortável arranjo de 105 assentos. Com a devolução das aeronaves pela JAL, em 1969, tais aviões voltaram ao arranjo padrão de 200 assentos.
Devido ao grande diâmetro das hélices, o trem de pouso era muito alto. O trem de pouso do nariz tinha 3 metros de altura. O avião era tão alto que, em uma viagem de testes para Washington, que precedeu a primeira visita do Premiê Nikita Khrushchev aos Estados Unidos, não foi possível arrumar uma escada que alcançasse as portas do avião.
O avião tinha um deck inferior, onde ficavam as galleys e as acomodações dos tripulantes (os "sarcófagos"), idéia reeditada mais recentemente em alguns modelos Airbus A340.
As hélices, devido à grande velocidade do avião, giravam a apenas 750 rpm, e mesmo assim produziam um grande ruído, já que as pontas das pás operavam em velocidade supersônica, sendo a maior parte da tração em cruzeiro fornecida pela metade interna das pás. Talvez o Tu-114 tenha sido o avião comercial mais ruidoso de todos os tempos, superando inclusive o Concorde. Seu ruído podia ser ouvido até em submarinos mergulhados.
Foi o ruído extremo que limitou a velocidade dos Tu-114. Se empregassem a potência máxima de cruzeiro, o avião seria simplesmente insuportável para seus passageiros. Muitos tripulantes dos Tu-95 ficaram completamente surdos. O Tu-114 poderia voar, se dependesse do desempenho de seus motores, à TAS de 500 Kts (925 km/h), mais rápido que a maioria dos jatos comerciais de hoje, exceto o Boeing 747.
Os Tu-114 voaram em rotas internacionais entre Moscou e Paris, Belgrado, Kopenhagen, Montreal, Nova Delhi, Tokyo (em parceria com a JAL). Um modelo de longo alcance, o Tu-114D, conseguia voar entre Moscou e Havana sem escalas.
Quando os Tu-114 foram substituídos nas principais rotas internacionais por jatos Ilyushin Il-62, na década de 70, passaram a servir rotas domésticas de alta densidade, com um apertado e desconfortável arranjo de 220 poltronas. As aeronaves foram desativadas em 1976 e foram usadas por algum tempo pela Força Aérea Soviética, mas poucos exemplares foram preservados. O mais conhecido deles está no Museu de Monino (foto ao alto), em Moscou.
Um Tupolev Tu-114 veio ao Brasil trazendo o astronauta pioneiro Yuri Gagarin para uma visita. A aeronave pousou nos aeroportos de Viracopos (foto abaixo) e Brasília. Gagarin chegou ao Brasil em 29 de julho de 1961, foi condecorado pelo Presidente Jãnio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul pela sua façanha de ser o primeiro homem no espaço, e foi embora em 5 de agosto. A altura da aeronave causou o mesmo constrangimento que Khrushchev passou em Washington: nenhuma escada alcançava as portas, e tiveram que improvisar.
Um modelo com motores nucleares, semelhantes aos experimentados no protótipo Tu-119 militar, foi concebido, mas jamais passou do estágio de projeto.
31 aeronaves Tupolev Tu-114 Rossiya foram fabricadas pelos soviéticos.
Fotos: Wikipedia, Vito Cedrini (Site Aeroentusiasta) e Mel Lawrence (site Airliners.net)
Fontes: Wikipedia, Aeroforum, site www.aviation.ru/tu
O Tupolev Tu-114 foi concebido a partir da aeronave militar Tu-95, um bombardeiro estratégico de longo alcance, e era equipado com quatro monstruosos motores Kuznetsov NK-12MV, cada um deles gerando cerca de 14.800 SHP e girando um par de hélices contra-rotativas coaxiais.
A aerodinâmica dos Tu-114 era muito avançada, com asas enflechadas a 35º, e o desempenho muito bom, pois quase se igualava ao dos jatos contemporâneos como o Boeing 707 e o Douglas DC-8. Sua velocidade máxima era de 470 Kt (870 Km/h), o teto era de 39 mil pés e o alcance de 6.200 Km. Realmente, até hoje é considerado um desempenho espetacular para uma aeronave turbo-hélice. O peso máximo de decolagem era de 175.000 Kg, bem maior que o do Douglas DC-8-63, a segunda maior aeronave de passageiros do mundo dos anos 60 (161.000 Kg)
Antes de entrar em serviço, os russos fabricaram duas aeronaves Tu-116, que eram bombardeiros Tu-95 convertidos para aeronaves de passageiros, que serviram como modelos experimentais e operaram algumas rotas dentro da URSS, até serem substituídos pelos Tu-114, de fuselagem muito mais larga e mais confortáveis.
O maior usuário comercial do Tu-114 foi a empresa aérea nacional soviética, a Aeroflot. Curiosamente, o modelo também foi operado pela JAL- Japan Airlines, em uma operação conjunta com a Aeroflot. Essas aeronaves da JAL (foto abaixo) eram configuradas em duas classes com um confortável arranjo de 105 assentos. Com a devolução das aeronaves pela JAL, em 1969, tais aviões voltaram ao arranjo padrão de 200 assentos.
Devido ao grande diâmetro das hélices, o trem de pouso era muito alto. O trem de pouso do nariz tinha 3 metros de altura. O avião era tão alto que, em uma viagem de testes para Washington, que precedeu a primeira visita do Premiê Nikita Khrushchev aos Estados Unidos, não foi possível arrumar uma escada que alcançasse as portas do avião.
O avião tinha um deck inferior, onde ficavam as galleys e as acomodações dos tripulantes (os "sarcófagos"), idéia reeditada mais recentemente em alguns modelos Airbus A340.
As hélices, devido à grande velocidade do avião, giravam a apenas 750 rpm, e mesmo assim produziam um grande ruído, já que as pontas das pás operavam em velocidade supersônica, sendo a maior parte da tração em cruzeiro fornecida pela metade interna das pás. Talvez o Tu-114 tenha sido o avião comercial mais ruidoso de todos os tempos, superando inclusive o Concorde. Seu ruído podia ser ouvido até em submarinos mergulhados.
Foi o ruído extremo que limitou a velocidade dos Tu-114. Se empregassem a potência máxima de cruzeiro, o avião seria simplesmente insuportável para seus passageiros. Muitos tripulantes dos Tu-95 ficaram completamente surdos. O Tu-114 poderia voar, se dependesse do desempenho de seus motores, à TAS de 500 Kts (925 km/h), mais rápido que a maioria dos jatos comerciais de hoje, exceto o Boeing 747.
Os Tu-114 voaram em rotas internacionais entre Moscou e Paris, Belgrado, Kopenhagen, Montreal, Nova Delhi, Tokyo (em parceria com a JAL). Um modelo de longo alcance, o Tu-114D, conseguia voar entre Moscou e Havana sem escalas.
Quando os Tu-114 foram substituídos nas principais rotas internacionais por jatos Ilyushin Il-62, na década de 70, passaram a servir rotas domésticas de alta densidade, com um apertado e desconfortável arranjo de 220 poltronas. As aeronaves foram desativadas em 1976 e foram usadas por algum tempo pela Força Aérea Soviética, mas poucos exemplares foram preservados. O mais conhecido deles está no Museu de Monino (foto ao alto), em Moscou.
Um Tupolev Tu-114 veio ao Brasil trazendo o astronauta pioneiro Yuri Gagarin para uma visita. A aeronave pousou nos aeroportos de Viracopos (foto abaixo) e Brasília. Gagarin chegou ao Brasil em 29 de julho de 1961, foi condecorado pelo Presidente Jãnio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul pela sua façanha de ser o primeiro homem no espaço, e foi embora em 5 de agosto. A altura da aeronave causou o mesmo constrangimento que Khrushchev passou em Washington: nenhuma escada alcançava as portas, e tiveram que improvisar.
Um modelo com motores nucleares, semelhantes aos experimentados no protótipo Tu-119 militar, foi concebido, mas jamais passou do estágio de projeto.
31 aeronaves Tupolev Tu-114 Rossiya foram fabricadas pelos soviéticos.
Fotos: Wikipedia, Vito Cedrini (Site Aeroentusiasta) e Mel Lawrence (site Airliners.net)
Fontes: Wikipedia, Aeroforum, site www.aviation.ru/tu
os russos até hoje impressionam no cenario aeronautico, como ocorreu com Tupolev ANT-20, que foi a maior aeronave do mundo nos anos 30 com uma envergadura de mais de 60 metros, até o Antonov An-22, que é o maior avião a hélices do mundo com um peso max de decolagem de 194000kg.
ResponderExcluirSenhores, boa tarde, vi êsse Tupolev-114 no Museu Monino, Moscou, em 17-julho-2010 e realmente é algo espetacular. Atenciosamente
ResponderExcluirLuiz Sergio Pinto Guedes
Av. Bartolomeu de Gusmão 46 apto 911-D
Embaré
11045-400 Santos - SP
telefones (13)32279281, (13)91737222, lspguedes@hotmail.com
Uma maravilha da indústria aeronáutica soviética. A questão do ruído, infelizmente, limitou essa máquina espetacular, pois fazer um quadrimotor mais rápido do que a maioria dos aviões a reação não é pra qualquer um. Soube que o museu de Monino fechou, mas todo seu acervo foi transferido para um novo, perto de Moscou, onde também serão vistos aviões e armas de guerra de várias épocas.
ResponderExcluirO mais engraçado é que a teimosia dos russos sempre consegue transformar o inviável em recorde. Depois de tanto ouvir falar do Black Bird (SR-71) o despretensioso MIG-25 o deixou numa situação incômoda por ter quase a mesma velocidade custando uma fração do Iron eagle negro.
ResponderExcluirA engenharia aeroespacial Russa não brincava em serviço. O bom da guerra fria foi isso a rivalidade tecnológica levava Russos e americanos fazerem maquinas fantasticas
ResponderExcluirUma supermáquina, este avião marcou uma época.
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