
A idéia da Boeing era oferecer um modelo 777-100, de menor capacidade e maior alcance (o B-Market), e um modelo maior, o 777-200, mas com menor alcance (A-Market). Os 777-100 foram oferecidos à Delta e à Continental, que não se interessaram pelo modelo, pesado e com custos altos por passageiro. O avião não entrou em produção, e a Boeing acabou oferecendo uma versão extra-longa do Boeing 767, o série 400ER em seu lugar. Historicamente, versões encurtadas de aeronaves comerciais nunca fizeram grande sucesso, e temos como exemplos os insucessos de aeronaves como o Boeing 737-600, o McDonnell-Douglas MD-87, o Airbus A318 e o Boeing 747SP.
O modelo 777-200 básico, destinado a rotas de curto alcance (3780 a 5150 NM) seriam substitutos lógicos para aeronaves como os McDonnell-Douglas DC-10-10 e Lockheed L-1011 Tristar, já bastante envelhecidos. Esse era o chamado A-Market. A Boeing falhou na avaliação desse mercado, e poucas aeronaves foram vendidas nesse padrão.
A maioria dos operadores preferiu o modelo B777-200ER, com MTOW (Maximum Take-off Weight) incrementado e alcance muito maior, entre 6000 e 7700 NM. Esse modelo até hoje é a versão mais bem sucedida do tipo.
O resultado disso foi um modelo rejeitado: os Boeing 777-200 A-Market são aeronaves muito pouco atraentes no mercado. A China Southern, que opera 4, há anos tenta encontrar um novo operador para as mesmas, e o mesmo ocorre com a Cathay Pacific. A British Airways operava 5 e conseguiu vender 2 (que operaram na Varig).
As duas aeronaves 777-200 adquiridas pela Varig (PP-VRC e PP-VRD) eram péssimas, especialmente se comparadas com os dois 777-200ER anteriores da empresa, que vieram novos de fábrica (PP-VRA e PP-VRB). Com alcance reduzido, não puderam atender as linhas de longo alcance e estavam em más condições. Os passageiros detestaram os aviões, repletos de defeitos.
Quando a Varig entrou em colapso, os Boeing 777-200 e 200ER começaram a ser devolvidos para as empresas de leasing, e os dois ex-British "encalharam".
Os aviões foram armazenados no Pinal Airpark, em Marana, Arizona. Depois de algum tempo, o ex-PP-VRD foi vendido para a Universal Asset Management para ser desmontado e voou pela última vez para Walnut Ridge, Arkansas, em dezembro de 2006, após ter operado por apenas 11 anos.


Sei que a Gol comprou a RG e fechou, depois fez o mesmo com a Webjet e até agora ficamos onde? Acho que na m... mesmo!
ResponderExcluirMuito legal o artigo!
ResponderExcluirÉ verdade que a Transbrasil foi uma das launch-customers do 777? E que chegou a ter o arco-íris na cauda de um deles?