
Entretanto, os sequestradores sabiam muito bem o que estavam fazendo, e o planejamento da ação foi perfeito. Doze minutos depois, tão logo a aeronave se estabilizou na subida, os bandidos sacaram armas leves automáticas e renderam a tripulação com rapidez. Pelo interfone, anunciaram aos passageiros que ninguém iria se machucar e que todos chegariam ao seu destino. Mesmo assim, os passageiros estrangeiros, que não falavam português se apavoraram, e logo imaginaram que estavam sendo rendidos por algum grupo terrorista sul-americano, como o Sendero Luminoso. Um passageiro chinês, em pânico, tentou abrir a porta de emergência em cima de uma das asas, mas foi rapidamente contido pelos sequestradores. Logo, todos os passageiros estavam acalmados e aguardavam ansiosamente o desenrolar da ação.
Os bandidos logo cercaram o passageiro Joelson Goes Maciel, representante da TGV em Curitiba, que acompanhava o transporte do numerário do Banco do Brasil. Ficaram decepcionados ao saber, pelos documentos, o valor do carregamento, "apenas" cinco milhões de reais.
Os sequestradores mandaram o comandante Sérgio Carmo dos Santos alterar a rota para a cidade de Porecatu, e desligar o rádio e o transponder. O comandante tentou argumentar, dizendo que não poderia pousar em Porecatu com segurança, mas os sequestradores sabiam que o o Boeing da Vasp poderia pousar tranquilamente lá, pois, embora o Aeroporto de Porecatu (foto de satélite abaixo) não seja atendido por nenhuma linha aérea, a pista é pavimentada e tem 2.100 metros de extensão, equivalente à pista de Londrina. O Boeing não somente poderia pousar, como também decolar sem problemas de Porecatu. Isso evidencia o alto grau de planejamento da ação.

Os pilotos, após a evasão dos sequestradores, embarcaram novamente no avião e decolaram. Acionaram as autoridades pelo rádio e acabaram pousando em Londrina, a 90 Km de distância, às 16 horas e 30 minutos. Em Londrina, os passageiros foram confinados ao avião até que fossem conferidas suas identidades, pois se suspeitava que um dos sequestradores ainda estava a bordo. Todos acabaram liberados e embarcaram em aviões de outras empresas aéreas para os seus respectivos destinos.
As Polícias Civil e Militar em Porecatu fizeram uma varredura na região, mas localizaram apenas uma das caminhonetes Ranger abandonada. A Polícia Federal tentou fazer um retrato falado dos sequestradores, com base em informações dos tripulantes e alguns passageiros, e logo chegou em um suspeito, Marcelo Moacir Borelli (foto abaixo), que tinha no seu extenso "currículo" dois outros assaltos à TGV, a empresa responsável pelo transporte do dinheiro a bordo do Vasp 280. Borelli e outros assaltantes do VP-280, como Gerson Palermo, acabaram capturados depois de algum tempo, mas o dinheiro nunca mais foi recuperado.

Em 11 de janeiro de 2007, quando cumpria pena de 177 anos de prisão na Penitenciária de Piraquara, em Curitiba, o líder da ação, Marcelo Borelli, que recusava qualquer tratamento médico faleceu devido à AIDS, aos 38 anos de idade.
Parabéns a toda equipe da UNOPAR pelo blog. Aproveito para divulgar o blog que eu tenho escrito com casos de aviação: http://www.betocarva.blogspot.com/ Abç a todos, Roberto.
ResponderExcluiressa história eu n conhecia,parabéns e obrigado!
ResponderExcluirPresenciei de perto esta situação, na data do ocorrido eu estava nas imediações do aeroporto, e foi um imenso susto ver a gigante aeronave pousar, coisa de louco para quem nunca tinha visto nada daquele tamanho.
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