

Esse projeto extremamente ousado foi iniciado em 1943, e o desenho previa um motor radial com nove conjuntos de 4 cilindros em linha, num total de 36 cilindros com sistema de arrefecimento a líquido. Esse conjunto tinha dimensões exorbitantes de 3 metros de comprimento e 1,5 metros de diâmetro com um peso de 2740 kg. O conjunto seria capaz de desenvolver uma incrível potência de 5000hp a 2600rpm, e incorporava um poderoso sistema turbo - alimentador, mas nunca chegou a ser divulgada a sua altitude crítica.
Com suas dimensões exageradas e com o também exagerado volume de 127 litros de cilindrada, o motor era praticamente inviável até mesmo para as maiores e mais ousadas aeronaves da época, sendo necessária uma remodelação, levando ao modelo XR-7755-3 com um novo sistema propulsor, com uma nova hélice e uma caixa de redução de duas velocidades. Posteriormente, uma nova alteração substituiu os carburadores por um sistema de injeção de combustível levando ao modelo XR-7755-5.
O Lycoming R-7755 trouxe grandes inovações, como o sistema de refrigeração líquida,permitindo manter os cilindros alinhados numa configuração de 9 linhas de 4 cilindros cada. Cada banco de 4 cilindros tinha um eixo de comando de válvulas no cabeçote e um sistemas regulador de potência em cada eixo, sendo um para o cruzeiro com baixa potência e economia de combustível e outro de alta potência.
Todo o esforço por trás deste motor tinha por objetivo equipar o novo bombardeiro estratégico norte americano Convair B-36, então em desenvolvimento. No entanto, apenas dois destes motores foram concluídos, sendo um modelo XR-7755-3 com carburadores e outro XR-7755-5 de injeção direta. O primeiro motor apresentado demonstrou graves problemas levando a rejeição por parte da força aérea americana, sendo o projeto encerrado definitivamente em 1946.
O Convair B-36 acabou sendo equipado com os motores Pratt & Whitney R-4360, outra máquina problemática, mas que fez mais sucesso.

(Texto de autoria de Thiago Martiusi Moura, revisado por Jonas Liasch)
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