O elegante e confortável turboélice inglês Vickers Viscount foi o primeiro avião comercial equipado com motores a turbina, e representou um salto tecnológico considerável e um grande triunfo da indústria aeronáutica britânica.
O primeiro protótipo voou pela primeira vez em 16 de julho de 1948, e não chegou a despertar interesse nas empresas aéreas à época, devido à sua pequena capacidade de passageiros, apenas 32 assentos disponíveis. Todavia, o desenvolvimento de novas versões da turbina Rolls-Royce Dart permitiu que a fuselagem fosse alongada, acomodando até 43 passageiros. O novo modelo foi designado posteriormente de Viscount V-700, e voou pela primeira vez em 28 de agosto de 1950.
A partir dessa aeronave, colocada em operação comercial pela British European Airways - BEA, o sucesso estava assegurado. De fato, o Viscount tornou-se o avião comercial inglês mais vendido no mundo até hoje, com 438 unidades fabricadas nas unidades industriais de Weybridge e Hurn.
O Vickers Viscount era uma aeronave quadrimotora, equipada com as confiáveis e seguras turbinas Rolls-Royce Dart, que desenvolviam entre 1.381 HP, nas primeiras versões, até 1.991 HP, nas últimas unidades.
A aeronave interessou a VASP, que então operava uma frota de aeronaves Douglas DC-3 e SAAB Scandia. A empresa, então uma estatal paulista, desejava modernizar sua frota e ampliar suas atividades, e o Brigadeiro José Vicente Faria Lima, Presidente da VASP na época, firmou um contrato com a Vickers Armstrong encomendando cinco aeronaves novas do modelo V-827, uma versão alongada dos antigos V-700 e com quatro motores Dart de 1991 HP, capaz de levar 56 passageiros confortavelmente instalados.
O primeiro avião, matriculado PP-SRC, chegou em Congonhas em 28 de outubro de 1958, e foi apresentado oficialmente ao público em uma série de voos rasantes sobre a pista de Congonhas. Em uma das passagens, o comandante embandeirou três dos quatro motores e sobrevoou a pista facilmente, com apenas um deles funcionando, impressionando até mesmo os tripulantes e mecânicos mais experientes presentes ao evento.
Outros três Viscount, matriculados PP-SRD, PP-SRE e PP-SRF, chegaram ainda em 1958, e o último, o PP-SRG, chegou em janeiro de 1959.
A aeronave logo ganhou a preferência dos passageiros. O Viscount podia voar a 352 MPH (566 Km/h), era muito mais rápido que qualquer aeronave a pistão da época. Além disso, voava bem mais alto, entre 23 e 26 mil pés, acima da maior parte da turbulência enfrentada pelos outros aviões que, sem pressurização, costumavam voar entre 6 e 8 mil pés.
Além disso, o Viscount ainda tinha baixo nível de ruído e vibração, e suas amplas janelas ovais, nunca superadas até hoje, ofereciam uma fantástica vista panorâmica aos passageiros. Voar nos Viscount, comparando com o voo nos velhos Scandia, era como trocar uma velha Kombi por um novo Cadillac.
Por essa época, os Viscount da VASP passaram a ser os transportadores oficiais das candidatas a Miss Brasil, um dos mais refinados e prestigiados evento sociais dos anos 1950 a 1960. Era o máximo do glamour.
Entretanto, uma tragédia abalou a VASP em 22 de novembro de 1959: O Viscount PP-SRG, o mais novo da frota e com apenas 11 meses de uso, chocou-se com um avião Fokker T-21 da FAB, pilotado por um cadete que fazia acrobacias sobre a casa da sua namorada, no bairro de Ramos, no Rio de Janeiro. O Viscount preparava-se para pousar no Aeroporto do Galeão, e caiu imediatamente sobre as casas em Ramos, matando todos os seus 33 ocupantes, além de mais 10 pessoas em terra. O Fokker também caiu, mas seu piloto conseguiu escapar ileso, saltando de paraquedas.
Para substituir o PP-SRG, a VASP encomendou outro Viscount, esse do modelo V-810, fabricado em 1957 e que tinha sido usado antes pelo próprio fabricante. Esse avião foi convertido em modelo V-827 e foi matriculado como PP-SRH. Chegou ao Brasil no início de outubro de 1960.
Com os Viscount, a Vasp ampliou suas linhas e passou a atender 42 cidades brasileiras, chegando até Belém, no Pará. Com a aquisição do Lóide Aéreo Nacional, em 5 de janeiro de 1962, a Vasp passou a atender 75 cidades, entre as quais 22 capitais de Estado, além da Capital Federal, Brasília.
Entretanto, a incorporação do Lóide não foi um bom negócio, já que essa empresas operava um frota de Douglas DC-6A e DC-4, além de vários Curtiss C-46, tornando a frota da VASP uma coleção heterogênea de aviões. Isso tornou o trabalho dos instrutores, mecânicos e pessoal de terra um pesadelo, especialmente nos já saturados aeroportos de Congonhas e Santos Dumont. A rentabilidade caiu, e a empresa passou a operar no vermelho já em 1962.
Contudo, a operação dos Viscount mantinha-se em alta e o avião ainda mantinha a fama de rápido e confortável, embora alguns jatos Caravelle da Varig e da Panair já estivessem lhe fazendo concorrência no mercado doméstico.
A VASP resolveu iniciar um processo de padronização da frota, e acabou comprando na Europa mais 10 aeronaves Viscount usadas, que tinham voado por vários anos na BEA. A aquisição das aeronaves custou 4,2 milhões de dólares americanos. As aeronaves vieram para o Brasil aos pares, e os primeiros a chegar foram os PP-SRI e PP-SRJ, em 8 de março de 1963. Depois vieram os PP-SRL e PP-SRM, PP-SRN e PP-SRO, PP-SRP e PP-SRQ, e finalmente, em julho de 1963, os dois últimos, os PP-SRR e PP-SRS.
O voo de translado desses aviões era via Atlântico Norte e Caribe, e durava aproximadamente uma semana. Depois de chegar ao Brasil, em Belém, os aviões iam até São Paulo com uma série de escalas de caráter promocional, passando no caminho por Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
Os "novos" Viscount da VASP, entretando, já vieram bastante usados e eram do modelo V-701, equipados com motores Dart de 1.540 HP. Eram bem menores, e levavam apenas 44 passageiros. Para diferenciar os dois modelos do avião na VASP, o pessoal da empresa apelidou os V-701 de "Vaiquinho", e os V-827 de "Vaicão".
Com a entrada em operação dos "Vaiquinhos", a VASP terminou de retirar os Scandia de serviço na Ponte Aérea Rio-SP, já que os V-701 podiam operar sem restrições no Aeroporto Santos Dumont, e no voo Rio-Belo Horizonte-Brasília. Com 15 Viscount em operação, a VASP tornou-se o maior operador de turbélices na Amérca Latina.
Em 4 de setembro de 1964, uma nova tragédia, quase tão grande quanto à sofrida pelo PP-SRG, abalou novamente a VASP. O Viscount PP-SRR, que fazia a rota Recife/PE para São Paulo, via Vitória e o Rio de Janeiro, bateu no Morro Nova Caledônia, atualmente localizado no Município de Nova Friburgo/RJ. O avião estava 5 Km fora da rota pretendida, devido a algum erro de navegação. Todas as 39 pessoas a bordo morreram.
Entre 1965 e 1966, dois outros Vaiquinhos foram perdidos: O PP-SRQ foi destruído em um voo de treinamento no Aeroporto do Galeão/RJ, em 04 de março de 1965. A aeronave saiu da pista quando o motor foi 4 embandeirado propositalmente na decolagem. Não houve vítimas entre os 4 tripulantes a bordo, mas sua recuperação foi julgada inviável e seus restos foram canibalizados. Sua carcaça foi vendida como sucata. Já o PP-SRM foi perdido em um acidente no pouso no Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1966. Irrecuperável, também foi vendido como sucata.
Dois anos depois, o V-827 PP-SRE acidentou-se em um voo de treinamento noturno em Congonhas, São Paulo, em 15 de setembro de 1968. Um dos tripulantes morreu no acidente, que resultou em perda total da aeronave.
No início de 1969, a operação dos Viscount V-701 tornou-se inviável, pois seria necessário efetuar caríssimos reparos estruturais nas longarinas das asas, por recomendação do fabricante. A VASP resolveu então desativar os aviões, e os primeiro a sair de serviço, em 28 de fevereiro de 1969, foram os veteranos PP-SRJ, PP-SRN, PP-SRO, PP-SRP e PP-SRS. Em 31 de julho de 1969, foi a vez do PP-SRL ser retirado da frota, e em 07 de abril de 1970 o último Vaiquinho, o PP-SRI parou de voar.
Em 15 de maio de 1973, o Viscount PP-SRD acidentou-se no pouso em Salvador, quando teve que fazer um pouso com o trem de pouso recolhido. Houve perda total da aeronave, mas não houve vítimas no acidente. Esse foi o último acidente com os Viscount no Brasil, e reduziu a frota para apenas 3 aeronaves, que passaram a voar especialmente na Ponte Aérea Rio-São Paulo.
Quanto aos Viscount V-827, embora eles tenham perdido sua vez como aeronaves de primeira linha na VASP, com a chegada dos jatos Boeing 737 em 1969, continuaram voando até 1975. Nesse ano, o Departamento de Aviação Civil resolveu padronizar a Ponte Aérea Ario-São Paulo com os Lockheed L-188 Electra II da Varig, que seriam operados em pool pela Varig, Vasp e Transbrasil. Foi o fim para os velhos Viscount na VASP.
Ainda em boas condições, os três aviões remanescentes, PP-SRC, PP-SRF e PP-SRH, dos 16 que operam na VASP, foram vendidos para a PLUNA, do Uruguai. Embora a PLUNA tenha vendido o CX-BIY, ex PP-SRC, em 1982, os outros dois voaram no Uruguai até 1986, como CX-BJA (ex PP-SRF) e CX-BIZ (ex PP-SRH). Pelo menos um deles ainda foi preservado e ainda se encontra no Aeroporto Carrasco, em Montevideo, mas em estado de abandono.
Quanto os Vaiquinhos desativados, a VASP doou vários deles a Museus e Aeroclubes, mas em pouco tempo a maioria deles foi depredada e destruída, como se pode ver na lista completa das aeronaves abaixo. Os únicos reconhecidamente intactos são os dois preservados em Bebedouro, um no Museu Eduardo André Matarazzo (PP-SRO) e outro na fazenda da família Matarazzo (PP-SRL). Uma outra carcaça (PP-SRJ), sem motores, hélices e interior, semidestruída, está preservada em um morro na cidade de Araçariguama, a 100 Km. de São Paulo. Dos outros, nada mais existe.
Eis a lista completa dos Viscount que operaram na VASP:
PP-SRC: Viscount V827, c/n 397, comprado novo e entregue à Vasp em 28 de outubro de 1958. Foi vendido a Pluna, do Uruguai, em novembro de 1975, onde foi registrado como CX-BIY. A Pluna vendeu o avião a Ronald J. Clark, dos EUA, em março de 1982, como N480RC. Seu último operador foi o Go Transportation, que o operou de setembro de 1984 a novembro de 1987. Foi comprado pela Jadepoint, que desmontou o avião em Tucson/AZ, EUA, em março de 1992.
Eis a lista completa dos Viscount que operaram na VASP:
PP-SRC: Viscount V827, c/n 397, comprado novo e entregue à Vasp em 28 de outubro de 1958. Foi vendido a Pluna, do Uruguai, em novembro de 1975, onde foi registrado como CX-BIY. A Pluna vendeu o avião a Ronald J. Clark, dos EUA, em março de 1982, como N480RC. Seu último operador foi o Go Transportation, que o operou de setembro de 1984 a novembro de 1987. Foi comprado pela Jadepoint, que desmontou o avião em Tucson/AZ, EUA, em março de 1992.
PP-SRD: Viscount V827, c/n 398, comprado novo e entregue à Vasp em novembro de 1958. Acidentou-se no pouso em Salvador/BA em 15 de maio de 1973, com perda total da aeronave, sem vítimas.
PP-SRE: Viscount V827, c/n 399 comprado novo e entregue à Vasp em dezembro de 1958. Acidentou-se em um voo de treinamento noturno em São Paulo, em 15 de setembro de 1968. Um dos tripulantes morreu no acidente, que resultou em perda total da aeronave.
PP-SRF: PP-SRC: Viscount V827, c/n 400, comprado novo e entregue à Vasp em dezembro de 1958. Foi vendido a Pluna, do Uruguai, em janeiro de 1975, onde foi registrado como CX-BJA. Voou por muitos anos até ser retirado de serviço e estocado no Aeroporto de Carrasco, em Montevideo, onde foi reportado como preservado ,e intacto, até hoje. Não se sabe, entretando, onde está esse avião;
PP-SRG: Viscount V827, c/n 401 comprado novo e entregue à Vasp em 29 de janeiro de 1958. Acidentou-se em uma trágica colisão com um avião Fokker T-21 de treinamento da FAB, em 22 de dezembro de 1959. A colisão ocorreu quando o Viscount, em procedimento de aproximação para a pista 32 do Aeroporto do Galeão, bateu com o Fokker, que evoluía, sem autorização, sobre o bairro de Ramos, no Rio de Janeiro. Todos os 33 ocupantes do Viscount e mais 10 pessoas em terra morreram, quando o avião caiu sobre várias casas em Ramos. O cadete da FAB que causou o acidente, que tinha apenas 19 horas totais de voo, saltou de paraquedas e sobreviveu.
PP-SRH: Viscount V810, c/n 316, entregue à Vickers-Armstrong em dezembro de 1957, foi comprado pela Vasp em 6 de outubro de 1960, convertido em V827, para substituir o PP-SRG, perdido em um acidente. Foi vendido a Pluna, do Uruguai, em novembro de 1975, onde foi registrado como CX-BIZ. Foi retirado de serviço em 1986, preservado e colocado em exposição na entrada do Aeroporto de Carrasco, em Montevideo. Seu estado atual é desconhecido.
PP-SRI: Viscount V701 - c/n 15. Entregue à BEA - British European Airways em 24/04/1953, como G-AMOB. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil via Escócia, Islândia, Canadá e Estados Unidos, junto com o PP-SRJ, em 26 de fevereiro de 1963. Voou na Vasp por 7 anos até ser retirado de serviço e estocado em local incerto em 07 de abril de 1970, com 22.571 horas voadas. Foi doado para o Aeroclube do Brasil, em abril de 1975. No Aeroporto de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, sem nenhum tipo de conservação, acabou sendo vendido como sucata e desmantelado em junho de 1979.
PP-SRJ: Viscount V701 - c/n 15. Entregue à BEA - British European Airways em 26/06/1953, como G-AMOD. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil via Escócia, Islândia, Canadá e Estados Unidos, junto com o PP-SRI, em 26 de fevereiro de 1963. Voou na Vasp por 6 anos até ser retirado de serviço e estocado em São Paulo-Congonhas em 28 de fevereiro de 1969, com 25.039 horas voadas. Foi doado para a cidade de Piracicaba em 1974 e preservado até 2002 em um parque público. Foi vendido para particulares e foi oferecido à venda na Internet no site Mercado Livre. Adquirido em 2006 pela Prefeitura de Araçariguama/SP, foi transformado no Cine-Avião JK, hoje desativado. Ainda está em Araçariguama, sem interior, motores, cockpit, hélices e portas, praticamente abandonado. Um incêndio criminoso, em 1º de janeiro de 2010, compromteu ainda mais sua estrutura, abrindo um enorme buraco na sua asa direita;
PP-SRL: Viscount V701 - c/n 22. Entregue à BEA - British European Airways em 05/11/1953, como G-AMOI. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil em 23/03 de 1963, junto com o PP-SRM. Foi registrado inicialmente como PP-SRK, mas tal registro depois passou para outra aeronave, o ex G-AMOC, nunca entregue para a Vasp. Voou na Vasp por 6 anos, e foi desativado em Congonhas/SP, em 31 de julho de 1969, com 23.878 horas de voo. Foi doado ao Museu Eduardo André Matarazzo, de Bebedouro/SP, ainda em 1969, mas encontra-se atualmente nos jardins da Fazenda Matarazzo, em Bebedouro, intacto e em razoáveis condições de conservação.
PP-SRM: Viscount V701 - c/n 19. Entregue à BEA - British European Airways em 08/08/1953, como G-AMOF. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil em 23/03 de 1963, junto com o PP-SRL. Voou na Vasp por 3 anos, e foi perdido em um acidente no pouso no Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1966. Irrecuperável, foi vendido como sucata.
PP-SRN: Viscount V701C - c/n 62. Entregue à BEA - British European Airways em 20/11/1954, como G-ANHB. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil em 24/04/1963, junto com o PP-SRO. Voou na Vasp por quase 6 anos, e foi desativado e estocado em Congonhas/SP, em 28 de fevereiro de 1969, com 24.981 horas de voo. Em 20/10/1972, foi doado para o Aeroclube de São Paulo/SP, no Campo de Marte. Foi levado depois para Pedreira/SP, onde foi incendiado e destruído por vândalos em 16/05/1993.
O PP-SRN, já desativado, no Aeroclube de São Paulo |
PP-SRP: Viscount V701C - c/n 61. Entregue à BEA - British European Airways em 19/10/1954, como G-ANHA. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil em 24/05/1963, junto com o PP-SRQ. Voou na Vasp por quase 6 anos, e foi desativado e estocado em Congonhas/SP, em 28 de fevereiro de 1969, com 24.730 horas de voo. Em 1975, foi doado para o Aeroclube de Rio Claro/SP, mas infelizmente foi incendiado e destruído por vândalos tempos depois. Seus restos foram vendidos como sucata.
PP-SRQ: Viscount V701C - c/n 65. Foi entregue à BEA - British European Airways em 24/05/1955, como G-ANHE. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil em 24/05/1963, junto com o PP-SRP. Voou na Vasp por quase 2 anos, mas foi destruído em um voo de treinamento no Aeroporto do Galeão/RJ, em 04 de março de 1965. A aeronave saiu da pista com o motor # 4 embandeirado e ficou irrecuperável, mas sem vítimas entre os 4 tripulantes a bordo. Seus restos foram vendidos como sucata. Tinha 17.115 horas de voo quando se acidentou.
PP-SRR: Viscount V701C - c/n 66. Foi entregue à BEA - British European Airways em 11/06/1955, como G-ANHF. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil em 25/06/1963, junto com o PP-SRS. Voou na Vasp por pouco mais de um ano, e foi destruído em um grave acidente quando se aproximava do Rio de Janeiro, em 04/09/1964. O avião, que vinha do Recife/PE e ia para São Paulo, via Vitória e o Rio de Janeiro, bateu no Morro Nova Caledônia, atualmente localizado no Município de Nova Friburgo/RJ, 5 Km fora da rota pretendida. O avião tinha 17.165 horas de voo e o acidente vitimou fatalmente 5 tripulantes e 34 passageiros.
PP-SRS: Viscount V701C - c/n 182. Foi entregue à BEA - British European Airways em 22/07/1956, como G-AOFX. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil em 25/06/1963, junto com o PP-SRR. Voou na Vasp por quase 6 anos, e foi desativado em Congonhas/SP em 28 de fevereiro de 1969. Em 1971, foi doado ao Museu de Tecnologia de São Paulo. Infelizmente, o destino final do avião é desconhecido desde então.
Em agosto de 2010, ainda restavam dois Viscount, o 3D-PFI e o 9Q-COD, em prováveis condições de voar no mundo, dois ex-BEA série 800, em Kinshasa, no Congo, mas ambos estão parados há algum tempo. Um único modelo 700 ainda tem condições de ser recolocado em condições de voo, no Mid-Atlantic Air Museum, em Reading,/PA, nos Estados Unidos, mas precisa de uma revisão geral para isso. No Brasil, além dos sobreviventes da VASP, o Museu Aeroespacial (MUSAL), no Rio de Janeiro, preserva um Viscount série 700 intacto, em boas condições, que operou como aeronave presidencial na Força Aérea Brasileira até 1987.
fui ex funcionario da vasp no periodo de 1963 1974,tenho imenso orgulho de prestar serviços a essa empresa. conheci praticamente todos esses avioes. foi um marco na aviaço comercial tais equipamentos.servi como radiotelegrafista em estaçoes terrestres. Poa e rondonopolis ,mt.artigo excelente.
ResponderExcluirola Gustavo, como posso contactar vc para saber mais sobre os Viscounts da VASP?
Excluirgustavo é meu filho, Geraldo Silva telegrafista rot, trabalhei em porto alegre estaçao radio vaasp e rondonopolis,mt com chefe de estaçao. Orgulhoso de ser vaspiano por muitos anos.abraços a todos admiradores da aviaçao comercial.
ResponderExcluirola Geraldo Silva, como posso contactar vc para saber mais sobre os Viscounts da VASP?
ExcluirExcelente!!! Os Viscount de Rio Claro-SP, Piracicaba-SP e Bebedouro conheci de perto! Já entrei dentro do que estava em Rio Claro um pouco antes de virar sucata. Meu primo tem uma raríssima foto dentro dele com a cabeça fora da janela tirada por alguem q estava no chão pelo lado de fora!
ResponderExcluirmeu Deus que saudades
ResponderExcluirBela narrativa sobre os Viscount. Completa, com os prefixos de todos, farta de fotos, muito boa.
ResponderExcluirMeu pai era passageiro no Vickers 827 Viscount - Prefixo: PP-SRG da VASP
ResponderExcluirque se acidentou em 22/12/1959, Local do acidente: Rio de Janeiro, RJ
Foi uma lástima, gostaria de saber o que aconteceu com o piloto da FAB, responsávell pelo acidentena época, que tipo de punição recebeu, isso se recebeu.
Meu tio, Carlos O. Andersson, viajou a trabalho, em mais de um destes aviões (ou "aparelhos", como ele se referia na época...) para São Paulo e outros destinos, e tinha orgulho a cada viagem que fazia, pois eram considerados seguros e rápidos, além do ruído diferente, característico dos motores turbohélice, contrastando com os dos Douglas à pistão (DC-3 e DC-4) att Paulo G. Meyer
ResponderExcluirEra garoto e estive no Caledonia no acidente do aviao que vinha de Vigoria.Meu pai era deputado na epoca e representou a Camara,pois morreu um deputado no voo.Nunca mais esqueci a cena. Conheco bem o local,por trilhas e subidas.Ainda tem marcas do acidente.
ResponderExcluirEstão de parabéns pelo blog.
ResponderExcluirGostaria de utilizar imagens do seu blog no curso de Comissário de voo.
Como posso fazer?
o MUSEU ANDRE MATARAZZO TEM UM VISCOUNT, UM SAAB SCANDIA, UM DC-3 que trouxe a seleção de 1958, entre outros, pena que a iniciativa privada não ajudem a preservar o acerto daquele museu.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho, são informações minuciosas, de grande importância para a história da aviação e que fazem a alegria dos aficcionados por este setor. Eu sou um deles, muito obrigado.
ResponderExcluirLinda a narrativa de todas essas belas aeronaves! Tive a satisfação de voar neles varias vezes e ainda me lembro perfeitamente do ruido fantastico dos seus motores!
ResponderExcluirMuito bom artigo
ResponderExcluirEsse artigo é uma verdadeira referência ao destino dos aviões da Vasp e da presença dos Viscount no Brasil. Nem imagino o trabalho que deu para juntar toda essa informação. Tentei procurar mais sobre o PP-SRS e acabei dando um passo atrás: ao entrar em contato com o Museu de Tecnologia de São Paulo, me falaram que eles não tiveram um Viscount, somente um DC-3, que está na Fundação Catavento (Parque Dom Pedro II, centro de São Paulo/SP). No site Vickers Viscount Network (http://www.vickersviscount.net/Index/VickersViscount182History.aspx) diz o mesmo. Foi de lá que pegou a informação?
ResponderExcluira aeronave doada ao aeroclube de sao paulo , era aberta ao público para vôo simulado, onde os motores eram ligados, as cortinas travadas fechadas, passavam um filminho e serviam lanches pra criança, nunca esqueci disso, e enquanto lia sobre os viscounts aqui, fiquei surpreso ao ver a foto dele em frente ao hangar no campo de marte. Descobri agora que era o pp-srn. Lamentável seu fim, como tantos outros. Essa lembrança foi uma das coisas que me impulsionaram pra aviação onde hj sou piloto numa cia aérea. Grato pelo artigo, e a saudosa lembrança.
ResponderExcluirMeu pai tem os recortes de jornal falando sobre a chegada do PP-SRP em Rio Claro e seu sucateamento alguns anos depois. É uma pena que ele não foi preservado. Excelente artigo e blog.
ResponderExcluirAos 12 anos de idade, 1978, num passeio no Campo de Marte em São Paulo,tive a oportunidade de entrar no PP-SRN, no Aeroclube de São Paulo, pois eles o utilizavam para simular um voo, onde as janelas do avião eram tampadas para não se ver pra fora e o avião executava movimentos, como se estivesse taxiando ,decolando e pousando, enquanto numa tela a bordo passava um fime mostrando essas etapas. Foi inesquecivel e para mim, como se tivesse voado mesmo! Marcante. Wagner Fernandes- Americana-SP
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMais uma matéria belíssima de ler. Uma correção: o serial number do PP-SRI é 10, e não 15.
ResponderExcluirSo corrige ali acima.
ResponderExcluirO viscount de ramos se acidentou em 22 de DEZEMBRO e nao de novembro
Excelente divulgação,memórias do passado que poucos lembram dos viscount da vasp,So lembram muito dos Electras que foram também um sucesso, mas os Viscount não perderam pra eles.
ResponderExcluirA aeronave PP-SRI: Viscount V701 - c/n 15, entregue à BEA - British European Airways em 24/04/1953, como G-AMOB, e vendida à Vasp em 30/08/1962, aparece no filme " O Homen que Sabia Demais, de 1956, do diretor Alfred Hitchcock.
ResponderExcluirTexto muito bom. Parabéns.
ResponderExcluirArtigo excelente. Me recordou meu passado quando duas ou tres vezes por ano ia visitar meu avô em Goiania. Sempre ia com os Viscount e me lembro muito bem do ruido dos motores como um silvo agudo e nas naceles escrito, JET POWER, Rolls-Royce. As janelas eram enormes e a visão era fabulosa onde eu curtia cada etapa do voo, enquanto minha mãe ia lendo revistas da época, como Manchete e Cruzeiro. Foi o melhor avião que já voei.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo!!