O Rio de Janeiro possui alguns dos aeroportos mais conhecidos do Brasil, como o Santos-Dumont e o Galeão. Mas poucas pessoas se lembram de um pequeno aeroporto que existia em frente à Fundação Oswaldo Cruz, o famoso Castelo de Manguinhos, já que praticamente nada mais existe ali que lembre esse aeroporto há mais de trinta anos
No local onde existia o aeroporto, hoje existe a Vila do João e um depósito de containers. Os hangares e a torre de controle foram demolidos e o aeroporto passou para o esquecimento. O Aeroclube do Brasil ficou 10 anos sem voar, sobrevivendo de rendas de aluguel, até que foi instalado no Aeroporto do Jacarepaguá, onde opera até hoje, mas sem ter uma área própria.
A origem do Aeroporto de Manguinhos está ligada ao Aeroclube do Brasil. O Aeroclube do Brasil foi fundado em outubro de 1911 e teve seu primeiro aeroporto no Campo dos Afonsos, na Vila Militar, Zona Norte do Rio. Infelizmente, o Exército resolveu instalar ali a Escola de Aviação Militar, em 1919, e o Aeroclube foi despejado de sua sede sem maiores cerimônias.
Com as operações aéreas interrompidas e em séria crise decorrente desse fato, o Aeroclube elegeu uma diretoria composta por Paulo Vianna, Cezar Grillo e Antônio Guedez Muniz para encontrar um novo local para o campo de pouso. Esse "triunvirato", liderado por Paulo Vianna, resolveu instalar o campo em Manguinhos, desbastando uma pequena elevação em um terreno da Fundação Oswaldo Cruz e aterrando o mangue ali existente. O terreno nunca foi transferido oficialmente para o Aeroclube, mas foi ocupado com a conivência das autoridades.
Os primeiros aviões pousaram em Manguinhos em 1936, e a inauguração foi prestigiada pelo Presidente Getúlio Vargas, grande entusiasta do Aeroclube. Foi em Manguinhos que o Presidente resolveu apoiar a idéia da Comissão de Turismo do Touring Club do Brasil de se promover a primeira Semana da Asa, em 1935. O campo sediou o primeiro campeonato brasileiro de acrobacia aérea.
O Aeroclube do Brasil formou várias gerações de instrutores de voo, que depois foram exercer suas funções nas centenas de aeroclubes criadas no Brasil na década de 1940. Também lá existia a Escola de Formação de Pilotos de Recreio e Desporto (chamados posteriormente de Pilotos Privados). A Campanha Nacional de Aviação, criada pelo Ministro da Aeronáutica Joaquim Pedro Salgado Filho e apoiada entusiasticamente pelo jornalista Assis Chateaubriand, dos Diários Associados, também nasceu em uma festiva Semana da Asa comemorada em Manguinhos.
Infelizmente, problemas começaram a surgir para o Aeroporto de Manguinhos no final da década de 1950. Tudo começou com um desastre envolvendo uma aeronave da Vasp, um Vicker Viscount 827 matriculado PP-SRG, e um pequeno Fokker S-11 militar da Escola de Aviação Militar dos Afonsos. O Fokker era pilotado por um cadete da FAB, em 22 de dezembro de 1959, que fazia rasantes e evoluções sobre a casa da namorada no Bairro de Ramos, bem próximo a Manguinhos, e chocou-se com o Viscount. A aeronave da Vasp, que fazia aproximação para pouso no Galeão, caiu em Ramos e matou seus 32 ocupantes e mais 10 pessoas no solo. O imprudente cadete saltou de para-quedas e sobreviveu.
O acidente levantou a questão do risco que as aeronaves baseadas em Manguinhos podiam oferecer para o tráfego do Aeroporto do Galeão e até para o tráfego do Aeroporto Santos Dumont. Mesmo que nenhuma aeronave de Manguinhos tivesse se envolvido no acidente da Vasp, as autoridades vislumbraram um risco sério de colisão se o aeroporto de Manguinhos permanecesse em operação.
Finalmente, em 1961, o Aeroporto de Manguinhos foi interditado, e o Aeroclube do Brasil ficou novamente sem um campo de operações. Como uma empresa de manutenção, a Avitec, estava localizada no aeroporto, algumas operações limitadas foram permitidas em coordenação com o controle de tráfego aéreo do Galeão até por volta de 1972, quando o Aeroporto de Manguinhos fechou para sempre.
Com as operações aéreas interrompidas e em séria crise decorrente desse fato, o Aeroclube elegeu uma diretoria composta por Paulo Vianna, Cezar Grillo e Antônio Guedez Muniz para encontrar um novo local para o campo de pouso. Esse "triunvirato", liderado por Paulo Vianna, resolveu instalar o campo em Manguinhos, desbastando uma pequena elevação em um terreno da Fundação Oswaldo Cruz e aterrando o mangue ali existente. O terreno nunca foi transferido oficialmente para o Aeroclube, mas foi ocupado com a conivência das autoridades.
Os primeiros aviões pousaram em Manguinhos em 1936, e a inauguração foi prestigiada pelo Presidente Getúlio Vargas, grande entusiasta do Aeroclube. Foi em Manguinhos que o Presidente resolveu apoiar a idéia da Comissão de Turismo do Touring Club do Brasil de se promover a primeira Semana da Asa, em 1935. O campo sediou o primeiro campeonato brasileiro de acrobacia aérea.
O Aeroclube do Brasil formou várias gerações de instrutores de voo, que depois foram exercer suas funções nas centenas de aeroclubes criadas no Brasil na década de 1940. Também lá existia a Escola de Formação de Pilotos de Recreio e Desporto (chamados posteriormente de Pilotos Privados). A Campanha Nacional de Aviação, criada pelo Ministro da Aeronáutica Joaquim Pedro Salgado Filho e apoiada entusiasticamente pelo jornalista Assis Chateaubriand, dos Diários Associados, também nasceu em uma festiva Semana da Asa comemorada em Manguinhos.
Infelizmente, problemas começaram a surgir para o Aeroporto de Manguinhos no final da década de 1950. Tudo começou com um desastre envolvendo uma aeronave da Vasp, um Vicker Viscount 827 matriculado PP-SRG, e um pequeno Fokker S-11 militar da Escola de Aviação Militar dos Afonsos. O Fokker era pilotado por um cadete da FAB, em 22 de dezembro de 1959, que fazia rasantes e evoluções sobre a casa da namorada no Bairro de Ramos, bem próximo a Manguinhos, e chocou-se com o Viscount. A aeronave da Vasp, que fazia aproximação para pouso no Galeão, caiu em Ramos e matou seus 32 ocupantes e mais 10 pessoas no solo. O imprudente cadete saltou de para-quedas e sobreviveu.
O acidente levantou a questão do risco que as aeronaves baseadas em Manguinhos podiam oferecer para o tráfego do Aeroporto do Galeão e até para o tráfego do Aeroporto Santos Dumont. Mesmo que nenhuma aeronave de Manguinhos tivesse se envolvido no acidente da Vasp, as autoridades vislumbraram um risco sério de colisão se o aeroporto de Manguinhos permanecesse em operação.
Finalmente, em 1961, o Aeroporto de Manguinhos foi interditado, e o Aeroclube do Brasil ficou novamente sem um campo de operações. Como uma empresa de manutenção, a Avitec, estava localizada no aeroporto, algumas operações limitadas foram permitidas em coordenação com o controle de tráfego aéreo do Galeão até por volta de 1972, quando o Aeroporto de Manguinhos fechou para sempre.
No local onde existia o aeroporto, hoje existe a Vila do João e um depósito de containers. Os hangares e a torre de controle foram demolidos e o aeroporto passou para o esquecimento. O Aeroclube do Brasil ficou 10 anos sem voar, sobrevivendo de rendas de aluguel, até que foi instalado no Aeroporto do Jacarepaguá, onde opera até hoje, mas sem ter uma área própria.
Impresionante a foto do aeroporto de Manguinhos no RJ! Hoje quem passa por ali não imagina que existiu um dia um aeroporto naquele local.
ResponderExcluirimpressionante msm, serial bom para nosso local, com certeza seria de grande importancia... imagino que muitos nao saibam desta informaçao!!! manguinhos merece muitas melhorias
ResponderExcluirSou carioca, costumo passar pela avenida Brasil, eu jamais imaginei que ali um dia havia um aeroporto e olha que eu sou fissurado por aviação. Descobri sobre esse aeroporto lendo as tentativas "frustradas" nos anos 30 de tentar fazer do Aeroporto Santos Dumont, aeroporto principal do Rio de Janeiro.
ResponderExcluirE por causa de um piloto inconsequente o aeroporto começou a ter seu "fim", mas particularmente hoje em dia, como carioca digo que seria inviável a presença desse aeroporto ali no mesmo local. Primeiro porquê seria exatamente "metade do caminho" entre o Galeão/Santos Dumont e poderia prejudicar muito o procedimento de pouso/decolagem de ambos, depois o fato das residências estarem muito perto e o bairro de Bonsucesso ser um bairro comercial com alguns arranha-céus (poucos) acima de 10 andares.
Mas fica o registro na memória e a felicidade em saber que eu passo sempre perto de um aeroporto extinto e que outrora foi um dos principais do Rio de Janeiro.
Parabéns a quem fez este blog.
Abraços.
Meu avo era grande amigo do Paulo Vianna, colaborou muito pra instalação do campo de Manguinhos, e utilizou muito o campo com os autogiros que possuiu. Eu tenho muitas fotos do local na epoca da instalação dessa unidade, se interessar ao blog, favor entrar em contato
ResponderExcluirAntonio
Antônio, muito interessante mesmo a tua informação. É muito bom ter relatos de pessoas que vivenciaram tais histórias. As fotos interessam sim, e muito. Pode remetê-las para o email jonas.liasch@gmail.com. Conmfirme se me autoriza a publicá-las nesse ou em outro artigo, com a devida citação da fonte.
ExcluirVocê poderia me enviar essas fotos ? preciso de mais algumas fotos para uma pesquisa de escola
ExcluirMoro em Manguinhos desde que nasci e nem sabia que aqui existia Aeroporto...
ResponderExcluirCheguei a ver algumas vezes o aeroporto de Manguinhos qdo crianca no trajeto entre o subúrbio e o centro do RJ. Anos depois em 1978 cheguei a visitar o espaço onde existia o aeroclube e ainda haviam a pista e hangares .
ResponderExcluirNao sabia dessa história incrivel.
ResponderExcluirno local onde o avião caiu tinha um dentista, nasci em 1964 e minha mãe contava que nesse dia ela tinha consulta marcada e faltou tendo então escapado da morte, moramos muitos anos ali proximo na rua joana fontoura, hoje com a internet posso ver fotos do aeroporto de manguinhos e fotos do acidente dos jornais da época. fico emocionado.
ResponderExcluirPra se ver como os políticos fazem merda e não é de hoje: trocaram um aeroporto importante por uma favela perigosa... que legado triste para a cidade.
ResponderExcluirSe o aeroporto existisse hoje, seria responsável por grande valorização comercial da região! Podem duvidar, mas o aeroporto de Manguinhos não atrapalharia o tráfego aéreo do Galeão e Santos Dumont, visto que nos EUA há cidades com muitos aeroportos particulares e estatais próximos e não há problemas entre si!
ResponderExcluirBom dia! Parabéns pela matéria. Fiquei muito curiosa quanto à origem da foto do aeroporto de Manguinhos. Saberia me dizer como obteve a imagem? Pertence ao a algum acervo particular?
ResponderExcluirAcredito que parte deste aeródromo ainda aparece nas fotografias do Google Earth.
ResponderExcluirQue bom minha foto do C-46 da SAVA ter servido para ilustrar.
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