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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Fouga Magister: um jato na Esquadrilha da Fumaça

A Esquadrilha da Fumaça, oficialmente denominada Esquadrão de Demostração Aérea - EDA, foi formada em 1952, com aeronaves North American T-6. Essas aeronaves, fabricadas em meados dos anos 40, estavam desgastadas e envelhecidas no final dos anos 60, e o Governo Brasileiro resolveu substituí-las no EDA por pequenos jatos de treinamento de fabricação francesa, os Fouga 170-2 Super Magister.
Esse elegante e barulhento bimotor a jato foi concebido em 1948, como treinador primário para a Armeé de L'Air (a força aérea francesa), o primeiro jato criado para essa finalidade. A Fouga era uma fábrica de planadores que, incentivada pela vizinha fábrica de motores a reação Turbomeca, criou um avião inteiramente metálico, de cauda em "V" e assentos em tandem, equipada com dois motores Marboré na fuselagem, de apenas 400 Kgf de empuxo cada um. Um protótipo assim equipado voou pela primeira vez em junho de 1952. Era denominado CM-170. Esse avião originou-se de um planador produzido pelo fabricante, o CM-8.

A Fouga produziu também um modelo para a Marinha Francesa, o CM-175 Zephir, que era capaz de operar a bordo de porta-aviões.

Três protótipos e dez aeronaves de pré-produção CM-170 foram produzidas. Foram seguidas por nada menos que 761 aeronaves de série CM-170-1, das quais 178 foram fabricadas na Alemanha Ocidental, pela Heinkel-Messerschmitt, 62 na Finlândia, pela Valmet, e 50 em Israel, pela IAI.

A Força Aérea Brasileira adquiriu, em 1968, 7 exemplares do modelo aperfeiçoado CM-170-2 Super Magister, dos quais 137 foram fabricados. Essas aeronaves possuiam motores Marboré IV, um pouco mais potentes. A FAB denominou o modelo como T-24.

Os T-24 Fouga Magister, infelizmente, não fizeram sucesso na Esquadrilha da Fumaça, embora pudessem oferecer um espetáculo interessante por produzirem fumaça colorida, uma exclusividade dos jatos. Um dos problemas era o altíssimo consumo de combustível, o que também limitava muito a autonomia da aeronave. Outro problema sério da aeronave era a sua restrição para operar somente em pistas pavimentadas. Na década de 1960, a maioria das pistas no Brasil eram de terra ou grama, limitando bastante as operações da Esquadrilha, que era, como ainda é, um importante meio de divulgação da Força Aérea Brasileira e também do Governo da época, a Ditadura Militar imposta pela Revolução de 31 de Março de 1964.

De fato, a esquadrilha dos jatos realizou apenas 46 demonstrações, a partir de 1969, sendo desativada definitivamente em 1972. O EDA voltou a utilizar os velhos T-6, que permaneceram ativos ate 1977, quando a Esquadrilha foi desativada, voltando a operar somente em 1982 com aeronaves Embraer T-27 Tucano. As aeronaves foram vendidas, mas um exemplar foi preservado e encontra-se hoje no Museu Aeroespacial - MUSAL, no Rio de Janeiro.
Mais recentemente, um Fouga Magister civil voltou a operar no Brasil. Foi matriculado como aeronave experimental, com o prefixo PP-ZIS. Infelizmente, essa aeronave foi destruída por um acidente em um canavial em Lagoa da Prata/MG, em 2 de junho de 2009, sem vítimas fatais.

6 comentários:

  1. Foi interessante saber que o Vouga Magister, derivou de um Planador. Sempre achei curiosa aquelas asas longas e de corda estreita. Tá explicado, e penso que por conta disso, ele deve ter uma capacidade de planeio , bem melhor que a maioria dos jatos, não acham?

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  2. Só uma correção: eu quis dizer Fouga Magister.

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  3. Gostei do artigo, bastante claro, suscinto e esclarecedor. Parabéns!

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  4. Gostei do artigo, bastante claro, suscinto e esclarecedor. Parabéns!

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