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quarta-feira, 29 de julho de 2009

São Paulo: o primeiro avião construído no Brasil

Alberto Santos Dumont era brasileiro, e voou pela primeira vez em Paris, na França. Todavia, coube a um francês de nascimento, Dimitri Sensaud de Lavaud a proeza de ser o primeiro aviador a construir e voar uma aeronave no Brasil.
Dimitri era filho do industrial Evaristhe Sensaud de Lavaud, que se mudou para o Brasil em 1903, estabelecendo-se na cidade de Osasco, hoje situada na Grande São Paulo, mas que na época era uma típica cidade do interior. Com espírito inventivo, De Lavaud era mais engenheiro que piloto. Além de construir o primeiro avião a voar no Brasil, patenteou mais de 1200 invenções, entre as quais a hélice de passo variável em voo, uma transmissão automática para automóveis e tubos metálicos sem costura de solda, uma notável evolução tecnológica para a época.
Para construir o avião, De Lavaud contratou, em 1908, um mecânico brasileiro, Lourenço Pellegati, para ajudá-lo. A aeronave foi concluída em 1910, e fez seu primeiro voo em 07 de janeiro desse ano. O voo foi acompanhado pela imprensa paulistana e percorreu 103 metros em pouco mais de seis segundos, com altura variando de 2 a 4 metros.

De Lavaud utilizou apenas materiais brasileiros para construir sua aeronave. O motor, que desenvolvia 45 HP, foi construído em São Paulo. A estrutura foi construída em sarrafos de pinho e peroba, enquanto o entelamento era de cretone envernizado. A hélice foi feita em madeira de jequitibá, com 2,10 metros de diâmetro, e as rodas eram de bicicleta, mas reforçadas para maior rigidez.

Os estabilizadores horizontais eram fixos, não possuindo nenhuma superfície de comando. As asas eram inteiramente móveis e um leme de direção permitia o movimento de guinada. O movimento de arfagem era proporcionado pelo movimento das asas, assim como o rolamento. O trem de pouso era do tipo convencional, com a roda auxiliar na cauda. Um estaiamento de cabos de aço garantia a rigidez dos conjuntos de fuselagem, asas e empenagem.

A aeronave era baseada vagamente nos modelos Blèriot franceses, tinha 10,2 metros de comprimento por 10 metros de envergadura. A velocidade máxima era de 54 Km/h.

De Lavaud fez vários voos nessa aeronave, e depois vendeu o aparelho para um desconhecido, que acabou por se acidentar e destruir a aeronave pouco tempo depois. O piloto faleceu no acidente.

De Lavaud casou-se e residiu no Brasil por muito tempo, mas faleceu em Paris, de enfarte, em abril de 1948. Sua última invenção, patenteada em 1946, foi uma embreagem elétrica.
O Museu Asas de um Sonho, mantido pela TAM Linhas Aéreas em São Carlos/SP, construiu uma réplica em tamanho natural do São Paulo, que hoje faz parte do notável e importante acervo desse museu, o maior museu aeronáutico privado do país.

3 comentários:

  1. Gostaria de saber onde você retirou essas informações. Cite a fonte! Achei o texto fantástico. Estou pesquisando sobre o assunto.
    Valmir, mestrando em História pela UFMT, Cuiabá, MT.

    PS: Estou precisando de artigos, fotos e documentos sobrea os primórdios da avição bem como a história dos aeroportos no Brasil para minha dissertação. Você pode me ejudar?
    valmir_1221@hotmail.com
    Um abraço!

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  2. Parabéns pelo seu excelente trabalho. Eu desconhecia.

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